O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, quer que o ex-ministro
Antonio Palocci seja testemunha de acusação no processo contra o
“quadrilhão” do “PMDB da Câmara”, que incluiu o presidente Michel Temer,
acusado de organização criminosa e tentativa de obstrução à Justiça.
A
denúncia é a flechada derradeira de Janot, que deixa o cargo no dia 17,
nas investigações do “quadrilhão” formado por membros do PT, do PMDB e
do PP, acusados de corrupção pela Operação Lava Jato.
A
acusação imputa ao grupo, encabeçado por Temer e que inclui dois
ministros, Eliseu Padilha e Moreira Franco, além do ex-ministro Geddel
Vieira Lima, o homem das malas de R$ 51 milhões, e os ex-deputados
Eduardo Cunha e Rodrigo Rocha Loures, o acerto de R$ 587 milhões em
propinas.
Janot
colocou no rol de testemunhas da PGR 44 nomes, sendo que 40 deles são
delatores – a denúncia considera 36 como colaboradores no caso – e
outros candidatos a delator, como Palocci e José Aldemário Pinheiro, o
Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS. Na lista dos não colaboradores está o
amigo de Temer Jose Yunes.
Palocci
confirmou a existência do esquema de fatiamento político da Petrobras
entre PT, PMDB e PP e apontou Lula como maior beneficiário. São quatro
denúncias do quadrilhão da Lava Jato: uma contra políticos do PP, uma
contra os do PT, que inclui Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff, uma
contra o PMDB do Senado e essa contra o PMDB da Câmara.
Só
na Petrobras, o grupo liderado por Temer é acusado de receber R$ 350
milhões em propinas. Com a inclusão das descobertas da corrupção ligadas
à JBS e de outras, como no Ministério da Integração Nacional, a
denúncia alcança o valor de R$ 857 milhões.