O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes,
chamou o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e a equipe
responsável por conduzir as tratativas para o acordo de delação premiada
da JBS de “ladrões e corruptos”. “Eu sou da turma de 1984 da
procuradoria da República. Certamente já ouvimos falar de procuradores
preguiçosos, de procuradores violentos, de procuradores alcoólatras, mas
não de procuradores ladrões. É disso que se cuida aqui. Corruptos num
processo de investigação. Essa pecha a procuradoria não merecia ao fazer
investigação criminal”, disse nesta quarta-feira (20), durante a sessão
que acabou aprovando o envio da denúncia contra o presidente Michel
Temer à Câmara dos Deputados. Ao votar, Gilmar narrou o episódio
envolvendo o ex-procurador Marcello Miller, suspeito de atuar em favor
do empresário Joesley Batista enquanto ainda estava no Ministério
Público. Para Gilmar, há fortes indícios que o ex-procurador-geral da
República Rodrigo Janot tivesse conhecimento da atuação de Miller e que a
gravação que Joesley fez do presidente Temer teria sido induzida,
ilegalmente pela procuradoria.