Apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter agendado para 11 
de outubro a análise no plenário sobre afastamento de parlamentares do 
cargo, na esteira da suspensão de Aécio Neves (PSDB-MG), a defesa do 
tucano pressiona para que o Senado vote, na próxima terça-feira, a 
validade da decisão desfavorável ao senador. A defesa considera uma 
"incógnita" o prazo para conclusão do julgamento. "É muito positivo que 
seja julgada a ação direta de inconstitucionalidade, mas isso não afasta
 a necessidade de o Senado se pronunciar. É importante que o Senado 
reaja contra esse abuso da decisão em face do poder Legislativo. É 
preciso por cobro a essa situação", disse ontem ao Estado o criminalista
 Alberto Toron. "Parece-me que há uma sólida maioria hoje contrária à 
decisão tomada por apertada maioria no STF." O advogado pondera que uma 
eventual decisão dos senadores pode gerar um conflito jurídico com o que
 o Supremo julgará a partir do dia 11 de outubro, porque não havia 
previsão de afastamento de senador na Constituição 1988. "Essa 
interpretação me parece uma violência e afeta a representatividade, 
porque o parlamentar tem votos, não é um simples funcionário público, e 
representa parte da cidadania. A Constituição lhe protege." A presidente
 do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, marcou para o dia 11 de 
outubro o julgamento de uma ação direta de inconstitucionalidade sobre a
 necessidade de aval do Congresso para o afastamento de parlamentares. O
 resultado do julgamento poderá influenciar na crise entre Senado e a 
Corte, uma vez que a ação afetaria diretamente a decisão que afastou o 
senador Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato e determinou o seu recolhimento
 noturno. Ontem, o nome tucano já apareceu como "senador fora de 
exercício por afastamento por decisão judicial" na página oficial da 
Casa.