Caso a Justiça acolha o pedido, adolescente deverá ficar
até seis meses num centro de reeducação; aluno poderá frequentar as
aulas até ter o futuro decidido
VEJA - Edoardo Ghirotto
O Ministério Público pedirá à Justiça a internação do aluno de 15 anos que agrediu a professora Marcia Friggi num
colégio municipal de Indaial (SC), a 170 quilômetros de Florianópolis. A
promotora da Infância e da Juventude Patrícia Dagostin Tramontin
declarou que a medida mais rigorosa é uma resposta à reincidência do
adolescente.
O
jovem já foi condenado à prestação de um mês de serviços comunitários
por ter agredido um colega de sala. Houve também um caso em que o
adolescente agrediu a própria mãe.
Tramontin
disse que o aluno será processado por lesão corporal. Caso a Justiça
acolha o pedido da Promotoria, o adolescente terá de cumprir a pena em
um Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório (Casep), órgão
destinado ao cumprimento de medidas socioeducativas por adolescentes
infratores. A previsão é que, se condenado, ele fique até seis meses na
instituição.
A
promotora reclamou da lentidão para o processo chegar ao fórum. Como o
adolescente não foi apreendido em flagrante, o delegado encarregado do
caso marcou audiências para ouvir os envolvidos, incluindo outros alunos
e funcionários da escola que possam servir de testemunhas. Tramontin
disse que a delegacia da Polícia Civil prometeu notificá-la até esta
sexta-feira.
Segundo
a prefeitura, o aluno poderá frequentar as aulas no colégio até que se
estabeleça em audiência com a Promotoria da Infância e da Juventude e a
Secretaria Municipal de Educação se haverá expulsão do adolescente ou
seu remanejamento para outra instituição. A escola que ele frequentava
era voltada para adolescentes e adultos que estão atrasados com a grade
curricular.
Tramontin
disse ter sido surpreendida com a decisão da prefeitura. “Não estou
sabendo de nada disso. Vou atendê-los amanhã. Não me parece que essa
seja uma decisão sustentável diante da situação”. Segundo a prefeitura, o
adolescente não compareceu à escola nesta terça-feira.
Como
o caso é de competência municipal, a Secretaria de Educação de Santa
Catarina informou que acompanha o desenrolar da situação. A reportagem
não conseguiu contactar a direção da escola em que ocorreu a agressão
nem a professora Marcia Friggi.
Ataques na internet
A
professora, que ensina língua portuguesa e literatura, está afastada de
suas funções por causa da agressão. Ela terá de passar por uma perícia
para ser avaliada física e psicologicamente antes de voltar para a sala
de aula.