quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Pedida internação de jovem que atacou professora


Caso a Justiça acolha o pedido, adolescente deverá ficar até seis meses num centro de reeducação; aluno poderá frequentar as aulas até ter o futuro decidido
VEJA - Edoardo Ghirotto

O Ministério Público pedirá à Justiça a internação do aluno de 15 anos que agrediu a professora Marcia Friggi num colégio municipal de Indaial (SC), a 170 quilômetros de Florianópolis. A promotora da Infância e da Juventude Patrícia Dagostin Tramontin declarou que a medida mais rigorosa é uma resposta à reincidência do adolescente. 
O jovem já foi condenado à prestação de um mês de serviços comunitários por ter agredido um colega de sala. Houve também um caso em que o adolescente agrediu a própria mãe.
Tramontin disse que o aluno será processado por lesão corporal. Caso a Justiça acolha o pedido da Promotoria, o adolescente terá de cumprir a pena em um Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório (Casep), órgão destinado ao cumprimento de medidas socioeducativas por adolescentes infratores. A previsão é que, se condenado, ele fique até seis meses na instituição.
A promotora reclamou da lentidão para o processo chegar ao fórum. Como o adolescente não foi apreendido em flagrante, o delegado encarregado do caso marcou audiências para ouvir os envolvidos, incluindo outros alunos e funcionários da escola que possam servir de testemunhas. Tramontin disse que a delegacia da Polícia Civil prometeu notificá-la até esta sexta-feira.
Segundo a prefeitura, o aluno poderá frequentar as aulas no colégio até que se estabeleça em audiência com a Promotoria da Infância e da Juventude e a Secretaria Municipal de Educação se haverá expulsão do adolescente ou seu remanejamento para outra instituição. A escola que ele frequentava era voltada para adolescentes e adultos que estão atrasados com a grade curricular.
Tramontin disse ter sido surpreendida com a decisão da prefeitura. “Não estou sabendo de nada disso. Vou atendê-los amanhã. Não me parece que essa seja uma decisão sustentável diante da situação”. Segundo a prefeitura, o adolescente não compareceu à escola nesta terça-feira.
Como o caso é de competência municipal, a Secretaria de Educação de Santa Catarina informou que acompanha o desenrolar da situação. A reportagem não conseguiu contactar a direção da escola em que ocorreu a agressão nem a professora Marcia Friggi.
Ataques na internet
A professora, que ensina língua portuguesa e literatura, está afastada de suas funções por causa da agressão. Ela terá de passar por uma perícia para ser avaliada física e psicologicamente antes de voltar para a sala de aula.