terça-feira, 15 de agosto de 2017

Metas: vaivém afeta credibilidade da equipe econômica


Equipe de Meirelles pode não entregar ao mercado o que prometeu

do Kennedy
O vaivém para mudar as metas fiscais deste e do próximo ano deve abalar a credibilidade da equipe econômica. O time capitaneado pelo ministro Henrique Meirelles (Fazenda) vem sinalizando para o mercado desde a quinta-feira passada que as metas ficariam por volta dos R$ 159 bilhões em cada ano _talvez uns quebrados a mais.
Um número maior parecerá improviso e soará como uma derrota para a ala política. O Congresso não garante votar a reforma da Previdência nem um novo refinanciamento de dívidas de empresas que gere R$ 13 bilhões de receita. A Câmara desfigurou a proposta do novo refis feita pela equipe econômica.
Há dúvidas sobre privatizar a Cemig neste ou no próximo ano. E existe oposição à ideia de vender Congonhas, aeroporto que sustenta financeiramente a Infraero. A privatização está sendo pensada para tapar buraco de despesas correntes e não como ação estratégica.
Em resumo, o ajuste fiscal de Henrique Meirelles fracassou. O resultado principal foi aumentar a dívida pública.
O principal problema é que o governo não consegue ter segurança em relação ao tamanho do buraco nas contas públicas. A equipe econômica chegou a fechar um acordo com o presidente Michel Temer para fixar as metas de 2017 e 2018 em pouco mais de R$ 159 bilhões de reais negativos para cada ano.
Mas a ala política diz que não tem como garantir receitas que dependem da aprovação do Congresso e recomenda prever um buraco ainda maior, na casa dos R$ 170 bilhões neste e no próximo ano