Uma derrota sem impacto
A derrota que o Governo sofreu, ontem, por 10 votos a 9, no projeto
da reforma trabalhista no âmbito da Comissão de Assuntos Sociais do
Senado, não tem importância alguma. Entre as comissões, a que é
terminativa é a CCJ – Comissão de Constituição e Justiça, onde será
aprovado com tranquilidade pela ampla maioria governista. O projeto
segue normalmente para a CCJ. O placar surpreendeu a base e a própria
oposição, que comemorou muito.
Senadores governistas trabalhavam com a expectativa de que o texto
pudesse ser aprovado pelo placar de 11 a 8 ou com vantagem de 12 a 8,
conforme o quórum da votação. O Governo descarta a hipótese de acelerar o
processo, mas, caso necessário, um acordo de líderes pode encurtar o
calendário e levar o assunto diretamente ao plenário. O projeto irá à
CCJ, hoje, onde será apresentado o parecer do relator do tema nessa
Comissão, Romero Jucá (PMDB-RR), e deverá ser concedida vista coletiva.
O líder do Governo no Senado tem forte atuação sobre o tema e
acompanha todas as sessões que avaliam e debatem a reforma trabalhista
na Casa. Com o objetivo de tentar anular qualquer estratégia da oposição
para atrasar a tramitação, Jucá tem agido imediatamente após cada
movimento dos opositores. O líder do governo diz que o calendário
combinado com a oposição será seguido à risca com votação da CCJ na
manhã de hoje. Após a votação, o texto pode ir ao plenário para a última
etapa antes da sanção presidencial.
O relatório que será votado amanhã pede aprovação integral do projeto
vindo da Câmara dos Deputados com a sugestão de alguns vetos. Essa foi à
mesma recomendação dada pelo tucano Ferraço na Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE), onde o texto foi aprovado. Entre as alterações
sugeridas, Ferraço pede veto à regra que prevê o contrato intermitente e
sugere edição de uma medida provisória com salvaguardas ao trabalhador e
regulamentação de setores que poderão usar esse tipo de contrato.
O senador solicita também rejeição à nova regra para o trabalho
insalubre para gestantes e lactantes e afirma ser contra a revogação dos
15 minutos de intervalo para mulheres antes da hora extra. Para evitar
precarização das condições de trabalho, o relatório pede ainda veto e
futura regulamentação sobre a redução do horário de almoço para 30
minutos.
FIM DA CONTRIBUIÇÃO – Um dos pontos importantes da
reforma trabalhista é o fim da contribuição sindical obrigatória. O
objetivo, segundo o relator Ricardo Ferraço (PSDB-ES), não é acabar com
os sindicatos, mas apenas com a contribuição obrigatória. "Se tem uma
coisa que banalizou no País foi a criação de sindicatos e partidos.
Assim não dá", diz ele. Segundo Ferraço, o fim da obrigatoriedade da
contribuição abre uma "extraordinária oportunidade" para os bons
sindicatos fidelizarem os associados. Caso os sindicatos negociem
acordos coletivos, entretanto, os benefícios valerão para todos os
funcionários, inclusive os que não contribuem.
Oposição comemora– O
senador Humberto Costa articulou a derrubada do projeto da reforma
trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais e comemorou como a maior
derrota do Governo. “Trata-se da maior derrota de Temer e seus aliados
no Congresso desde que aplicaram o golpe contra a presidenta Dilma, em
maio do ano passado. Mostramos a esse governo corrupto, nefasto e
ilegítimo que a oposição e o povo têm força e conseguem impedir que o
País retroceda décadas em direitos trabalhistas. Agora, vamos trabalhar
para derrotar esse projeto, que atinge todos os trabalhadores
brasileiros, no plenário do Senado e enterrá-lo de vez, juntamente com
esse governo moribundo”, afirmou.
Água em Belo Jardim – Os moradores da cidade de Belo
Jardim, no Agreste, voltaram a receber água nas torneiras, ontem, após o
período de mais de um ano em colapso. A retomada do abastecimento pelas
tubulações só foi possível depois que a Barragem do Bitury, um dos
mananciais que atende a cidade, foi beneficiada com as chuvas
registradas, nas últimas semanas na região, a mais castigada pela
estiagem prolongada O reservatório registra agora 5% da sua capacidade
de armazenamento, ou seja, 800 mil metros cúbicos de água, de um total
de 17 milhões de metros cúbicos. A retomada da operação do Sistema
Bitury foi monitorada pelo presidente da Compesa, Roberto Tavares.
Plano Plurianual- A Prefeitura do Jaboatão deu
início às discussões sobre o planejamento estratégico para os próximos
quatro anos. O Plano Plurianual 2018-2021 definirá as prioridades e o
legado que será deixado pela atual gestão. Durante o Seminário
Planejando Jaboatão, ontem, o prefeito Anderson Ferreira (PP) reuniu o
secretariado e estabeleceu os principais eixos da sua administração.
Para isso, foram definidos quatro programas que receberão atenção
especial: Juntos Pela Educação, Juntos Pela Saúde, Juntos Pela Ordem
Publica e Juntos Pelo Social. “Os principais resultados do nosso
trabalho serão vistos nos quatro programas que formam a base da nossa
administração. Temos que fazer um planejamento a ser executado e que
represente o nosso compromisso com a mudança”, disse Ferreira.
Ação itinerante nas secretarias- Desde
ontem, o prefeito do Cabo, Lula Cabral (PSB), passou a visitar as
secretarias municipais e despachar com os secretários para agilizar os
serviços oferecidos à população. A primeira pasta foi a de
Desenvolvimento Econômico e Turismo. Ali, Cabral discutiu ações
prioritárias para as respectivas áreas que serão colocadas em prática a
partir do segundo semestre. "Iremos passar em todas as secretarias
funcionais para avaliar o que está sendo feito e buscar acelerar todos
os serviços", afirmou o socialista, que na gestão passada já havia usado
esse modelo com muito sucesso, tanto que deixou o Governo com aprovação
acima de 80% e ainda elegeu o sucessor.
CURTAS
POLISHOP– Na planície desde que perdeu a eleição com
seus candidatos em Jaboatão dos Guararapes e no Cabo de Santo
Agostinho, o ex-prefeito Elias Gomes (PSDB) anda antenado com o mercado.
Sem ainda conseguir espaços na política, mesmo seu partido tendo quatro
ministérios no Governo Federal, o tucano resolveu investir em franquias
do Polishop, no estilo Herbalife, prática que tem atraído muita gente.
E, para isso, pediu a ajuda dos amigos.
FESTA JUNINA– O Ministério da Educação autorizou a
abertura de 50 novos cursos superiores de graduação. A portaria com a
lista dos cursos foi publicada, ontem, no Diário Oficial da União. As
novas vagas são em cursos como engenharia, educação física, letras,
nutrição, administração e pedagogia. Também há cursos tecnológicos como
design de interiores, logística, gestão de segurança e redes de
computadores. O número de vagas varia conforme o curso.
Perguntar não ofende: Se Aécio escapar da prisão, Lula também escapa?