Discrição é a ordem na Polícia Federal sobre a Operação Lava Jato.
Quase nada sai antes do calendário previsto, que é estudado
meticulosamente. Mas a força-tarefa que investiga a movimentação de Luiz
Inácio Lula da Silva no caso do esquema que afanou a Petrobras está
convencida: há prova “robusta e suficiente” para prender o
ex-presidente.
A Lava Jato cercou de várias maneiras o ex-presidente, descobriu
diversos indícios de participação na roubalheira à Petrobras, prendeu
ex-ministros e fuçou a vida da família do petista. No entanto, segundo
as investigações, nada “revelava o batom na cueca”, dando subsídio para
prendê-lo.
Não havia, mas já encontraram a Fiat Elba, uma alusão ao veículo que
culminou com o impeachment do ex-presidente Fernando Collor, que faltava
para pegá-lo. Nesta semana, houve reunião da cúpula da Polícia Federal,
em Brasília, sobre os rumos da operação. Descobriu-se que há elemento
para levar o ex-presidente para Curitiba, onde será julgado pelo
implacável juiz federal Sérgio Moro, coordenador da Lava Jato e algoz de
políticos envolvidos em corrupção.
Ao contrário do que se dissemina de um extremo a outro do País, de
que aguarda-se o fim da eleição para a realização de novas operações, a
Lava Jato já tem, pelo menos, duas ações em andamento, “uma o complicará
de vez”, segundo fontes de Curitiba. Lula é considerado o ápice da Lava
Jato, que vem batendo à porta do ex-presidente, há no mínimo, um ano.
Chegou a hora de entrar.