Em denúncia contra o deputado Vander Loubet (PT-MS), o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que em 2009 o
senador Fernando Collor (PTB-AL) obteve do então presidente Luiz Inácio
Lula da Silva "ascendência" sobre a BR Distribuidora. Segundo Janot,
naquele ano, parte da subsidiária da Petrobras "foi entregue" a Collor.
Loubet é acusado de ter recebido R$ 1 milhão em propina no âmbito da BR
Distribuidora. Fernando Collor foi presidente entre 1990 e 1992, quando
sofreu um impeachment. "Após o fim do período de suspensão de direitos
políticos, Fernando Affonso Collor de Mello retornou à vida pública. Na
condição de senador pelo Partido Trabalhista Brasileiro do Estado de
Alagoas - PTB/AL, por volta do ano de 2009, em troca de apoio político à
base governista no Congresso Nacional, obteve do então presidente da
República, Luiz Inácio Lula da Silva, ascendência sobre a Petrobras
Distribuidora S/A - BR Distribuidora", afirmou o procurador. A
influência de Collor na BR Distribuidora foi levantada também pelo
ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Delator da
Operação Lava Jato, Cerveró declarou à Procuradoria-Geral da República
que Collor lhe disse, em setembro de 2013, que a presidente Dilma
Rousseff havia garantido ao parlamentar que "estavam à disposição" dele,
Collor, a presidência e todas as diretorias da BR Distribuidora. Em
depoimento prestado no dia 7 de dezembro de 2015, Cerveró relatou os
bastidores das indicações para cargos estratégicos na Petrobras,
principalmente na BR Distribuidora. As declarações de Janot estão em um
trecho da denúncia intitulado "Diretorias da Petrobras Distribuidora S/A
de indicação de Fernando Affonso Collor de Mello". O procurador afirmou
que "o grande agente" do senador era Pedro Paulo Leoni Ramos,
ex-ministro do governo Collor. "Em nome de Fernando Affonso Collor de
Mello, Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos realizou os principais
contatos na sociedade de economia mista, operacionalizou negócios em
favor de empresas privadas, cobrou vantagens indevidas e adotou
estratégias de intermediação e ocultação da origem e do destino da
propina relacionada a tais contratos", apontou Janot.
Denúncia contra petista do MS cita ascendência de Collor na BR Distribuidora | Fellipe Sampaio/STF
Na denúncia, o procurador-geral cita duas delações premiadas da Operação Lava Jato. Em depoimento, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa citou Fernando Collor. "Ouvia dizer que ele tinha muita influência política na BR Distribuidora", relatou Costa. O ex-diretor, "tratando do 'operador particular' do parlamentar", destacou que "sabe que Pedro Paulo Leoni Ramos também tem bastante influência na BR Distribuidora". O dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, afirmou em sua delação que Fernando Collor e Pedro Paulo Leoni "detinham a indicação política e o consequente controle de duas diretorias da BR Distribuidora". Segundo o empreiteiro, em 2010, o "operador particular" do senador lhe disse: "nós temos uma ou duas diretorias dentro da BR Distribuidora nas quais temos acesso e ascendência". Procurado, o Instituto Lula informou que não vai comentar. Já Rogério Marcolini, advogado de Fernando Collor, disse que o senador não é acusado na referida denúncia, não é parte no mencionado processo, e, portanto, não comentará as conjecturas e especulações do Dr. Rodrigo Janot. A assessoria de imprensa de Pedro Paulo Leoni Ramos informou que não vai se manifestar por não ter tido acesso ao teor da denúncia.
Denúncia contra petista do MS cita ascendência de Collor na BR Distribuidora | Fellipe Sampaio/STF
Na denúncia, o procurador-geral cita duas delações premiadas da Operação Lava Jato. Em depoimento, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa citou Fernando Collor. "Ouvia dizer que ele tinha muita influência política na BR Distribuidora", relatou Costa. O ex-diretor, "tratando do 'operador particular' do parlamentar", destacou que "sabe que Pedro Paulo Leoni Ramos também tem bastante influência na BR Distribuidora". O dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, afirmou em sua delação que Fernando Collor e Pedro Paulo Leoni "detinham a indicação política e o consequente controle de duas diretorias da BR Distribuidora". Segundo o empreiteiro, em 2010, o "operador particular" do senador lhe disse: "nós temos uma ou duas diretorias dentro da BR Distribuidora nas quais temos acesso e ascendência". Procurado, o Instituto Lula informou que não vai comentar. Já Rogério Marcolini, advogado de Fernando Collor, disse que o senador não é acusado na referida denúncia, não é parte no mencionado processo, e, portanto, não comentará as conjecturas e especulações do Dr. Rodrigo Janot. A assessoria de imprensa de Pedro Paulo Leoni Ramos informou que não vai se manifestar por não ter tido acesso ao teor da denúncia.