Partidos
de oposição ao governo Dilma Rousseff no Congresso Nacional, a Rede
Sustentabilidade e o PSOL não apoiarão o pedido impeachment acolhido
pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A decisão tem um
peso simbólico, já que, juntas, as duas siglas somam apenas dez
deputados - ao todo a Casa é composta por 513 parlamentares.
Já
o PSB, que conta com 36 deputados federais e indicará quatro
integrantes para a comissão que avaliará o impedimento, deve definir sua
posição na segunda-feira. A maioria da cúpula do partido e os
governadores rechaçam a iniciativa. A posição do líder da bancada,
Fernando Bezerra Filho (PE), porém, ainda é uma incógnita. Caberá a ele a
palavra final sobre os quatro nomes que representarão o PSB na
comissão.
Aliado
do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o vice-governador
Márcio França, que integra a direção executiva do PSB, se manifestou
contra o parecer. "O PSB ainda não tem uma posição formal, mas eu penso
que não há elementos para o impeachment no parecer que foi acolhido",
diz França. Diante da perspectiva de uma disputa acirrada entre governo e
oposição, o partido pode ser o fiel da balança na Câmara.
Sem entusiasmo
A
decisão da Rede foi tomada anteontem depois de uma reunião em Brasília
da qual participaram, além da ex-ministra Marina Silva, os cinco
deputados da legenda, o senador Randolfe Rodrigues (AP) e os dirigentes
nacionais da agremiação. "Não há entusiasmo da Rede com o impeachment.
Marina discutiu com a bancada e disse que não pode haver revanche
eleitoral. A tendência que votemos contra", afirma o deputado Miro
Teixeira (RJ).
Fundado
por ex-petistas, o PSOL fechou questão contra o impedimento de forma
contundente. "Destituir Dilma, a cujo governo antipopular nos opomos,
para colocar em seu lugar Michel Temer (vice-presidente, do PMDB),
significaria aprofundar uma ponte para o futuro, que é mera continuidade
do presente, pavimentada pelos materiais do privatismo puro", destaca o
partido em nota.(Da Agência Estado)