O peemedebista Eliseu Padilha entregou, hoje, ao
governo sua carta de demissão. O documento foi protocolado às 16h06 na
Casa Civil e recebido pelo ministro Jaques Wagner. Após receber a carta,
Jaques seguiu para reunião com a presidente Dilma Rousseff, durante a
qual a informou da decisão.
A reunião da presidente, que acontece nesta tarde, no Palácio do
Planalto, entretanto, é com o grupo interministerial que cuida do
programa de combate ao zika vírus e seria preparatória para o encontro
de governadores, amanhã, em Brasília.
Padilha deixou o Planalto e seguiu para a sede do PMDB, onde deve
conceder uma entrevista coletiva. Na saída, segundo interlocutores da
presidente, o agora ex-ministro estava sorridente e afirmou que
continuará a ajudar o governo da presidente Dilma.
A saída de Padilha, considerado um dos nomes mais próximos ao
vice-presidente Michel Temer, tem sido interpretada no Planalto como um
sinal de enfraquecimento na aliança PT/PMDB. Além disso, reforça a tese
de que Temer estaria se distanciando da presidente.
Assim que foi deflagrado o processo de impeachment, na última
quarta-feira, a presidente teve apenas um rápido encontro com o vice.
Auxiliares da presidente dizem reservadamente que a postura de Temer
passa a imagem de que ele está conspirando para chegar ao poder.
Mais cedo, a presidente Dilma Rousseff tentou minimizar o
distanciamento entre ela e seu vice, Michel Temer. Dilma disse que
sempre confiou no peemedebista e que ainda não havia sido informada
sobre o pedido de demissão do ministro Eliseu Padilha.