sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Foi Lula quem entregou Dilma



   
Eduardo Cunha não disparou o processo do impeachment por acaso. Foi tudo obra do gênio - no duplo sentido - de Lula. Isto porque a decisão do PT, por ordem direta do seu chefe supremo, de condenar Cunha no Comitê de Ética, é que provocou a fúria explosiva do historicamente mais polêmico presidente da Câmara dos Deputados. 
Na verdade, as notícias que temos são no sentido da revolta de Lula quanto ao comportamento nocivo de Dilma. Em particular, Lula desistiu de Dilma quando ela desdenhou da articulação dele para colocar Henrique Meireles no Ministério da Fazenda e salvar o Governo. Porém, Dilma humilhou Lula publicamente ao rejeitar todo o esforço que ele havia feito para convencer Meireles.
Na verdade, Lula considera que Joaquim Levy é um bom técnico, mas não tem a mínima condição de liderar qualquer saída para a crise econômica dramática que o Brasil vive. Por outro lado, Lula considera que grande parte do sucesso econômico do seu Governo foi por conta da escolha de Meireles para o Banco Central. Daí porque Lula ter apostado todas as fichas na volta de Meireles, agora para comandar o Ministério da Fazenda.
O líder máximo do PT entende que a permanência de Levy está levando o Brasil rumo a um poço sem fundo, e pior, vai destruir todo o trabalho de resgate social que Lula conquistou para o Brasil. Ou seja, Lula está convencido que Levy vai levar o Brasil de volta para a mais tenebrosa miséria vivida no passado. E isto deixa o ex-presidente entre revoltado e deprimido.
Ele coloca toda a conta na teimosia irracional de Dilma em manter uma política econômica que só destrói empregos, aniquila receitas públicas e privadas. Além de todos os demais aspectos negativos que o Brasil está vivendo e vai viver ainda mais mergulhado num futuro triste e incerto, por conta das decisões desastradas da atual presidente da República. 
Nesse quadro, Lula está convencido que Dilma não respeita mais as opiniões dele e vai como uma louca levando o País às mais tenebrosas trevas. E se é assim, ele prefere que Michel Temer assuma logo, pois é um quadro mais previsível, equilibrado e confiável. Ou seja, se arrependimento matasse, Lula já estaria para lá do cemitério. E a única maneira dele sobreviver é ter a morte rápida da Dilma. E quanto mais acelerado, melhor.
Sim, tem outro aspecto: Lula estava ficando sozinho na vitrine da corrupção e Dilma assistindo o drama de camarote. Agora tudo  virou de cabeça para baixo. Com o início do processo de impeachment, Dilma entrou para o centro do palco e é a estrela maior dessa grande fogueira em chamas chamada Brasil. Só que Lula vai ficar fazendo puro jogo de cena, aparentando inflamada defesa de Dilma, embora esteja realmente conspirando para se livrar da triste criatura que se voltou contra o poderoso criador.