O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou ao STF (Supremo
Tribunal Federal) que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) "tinha
ganância em ter recursos desviados dos cofres públicos para interesses
exclusivamente privados" e que se trata de um "agente que não mede as
consequências de suas ações para atingir seus fins espúrios e ilícitos".
Os
argumentos de Janot foram apresentados ao ministro Teori Zavascki,
relator da Lava Jato no Supremo, para justificar a manutenção da prisão
do congressista que é acusado de participar, ao lado do banqueiro André
Esteves e mais duas pessoas, de uma trama para atrapalhar as
investigações do esquema de corrupção da Petrobras.
Na semana passada, Teori negou o pedido de revogação da prisão de Delcídio, de seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, e do advogado Edson Ribeiro, que atuava na defesa do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
Os
três são acusados de participação num plano para comprar a delação
premiada de Cerveró, que envolvia um plano de fuga dele para a Espanha e
uma mesada de R$ 50 mil para sua família.
O senador, que foi afastado do PT, e seu chefe de gabinete estão presos desde o dia 25 em Brasília. Delcídio ainda responde a processo de cassação no Conselho de Ética do Senado.
O banqueiro acabou solto, com medidas alternativas. Edson Ribeiro também continua preso.
"De
qualquer modo, o modo de atuação dos envolvidos, especialmente de
Delcídio do Amaral, há plena revelação de que se trata de agente que não
mede as consequências de suas ações para atingir seus fins espúrios e
ilícitos", disse Janot.