O
deputado Eduardo Cunha usou passaporte diplomático para abrir contas
secretas na Suíça. A cópia do documento está entre os papéis que provam a
ligação do deputado com US$ 2,4 milhões bloqueados no país.
Esse
tipo de passaporte, de capa vermelha, garante tratamento especial no
exterior. É emitido para autoridades e pessoas que viajam em atividades
de "interesse do país". No caso das contas secretas, o interesse era só
de Eduardo Cunha, comenta Bernardo Mello Franco, na Folha de S.Paulo
desta sexta-feira.
Cópias
dos passaportes de Cunha e de familiares dele foram anexadas nos
formulários de abertura das contas do banco Julius Baer que deram origem
à investigação contra o peemedebista por suspeito de corrupção e
lavagem de dinheiro na Suíça.
Os
formulários e os anexos fazem parte dos dossiês bancários entregues
pelo Julius Baer ao Ministério Público suíço e remetidos à
Procuradoria-Geral da República nesta semana.
As
contas atribuídas ao deputado estão em nome de empresas offshore,
firmas de fachada abertas em paraísos fiscais, mas a legislação suíça
obriga os bancos a identificarem os beneficiários finais das aplicações
financeiras –no caso, Cunha, a mulher dele, Cláudia Cruz, e a uma das
filhas do congressista.
Nos
formulários das quatro contas atribuídas constam como endereço a rua
Heitor Doyle Maia, 98, na Barra da Tijuca, no Rio. O imóvel que está em
nome da empresa C3 Produções Artísticas, empresa que tem como cotistas
Cunha e a mulher, é o endereço residencial do casal.