Sobradinho sediou nesta sexta-feira (17) o
II Seminário de Arqueologia, uma ação prevista pelo Projeto de Resgate,
Monitoramento Arqueológico e Educação Patrimonial na Área de
Implantação da Mina Suçuarana, em Jaguarari - BA que vem sendo
desenvolvido pela equipe de Arqueologia da Universidade Federal do Vale
do São Francisco (UNIVASF), em parceria com a Prefeitura de Sobradinho,
Mineração Caraíba SA, o Instituto Habilis, a Fundação SOS São Francisco.
O Seminário teeve como objetivo atingir
uma parcela significativa e representativa da população, principalmente
os professores, estudantes, líderes comunitários, bem como as
instituições que desenvolvem trabalhos nas áreas ambientais e culturais
para apresentar o contexto das pesquisas que estão sendo realizadas na
região do Submédio São Francisco onde há evidências de ocupação
pré-histórica há mais de 15 mil anos.
Apresentaram-se, também, impactos das
obras de engenharia sobre o patrimônio ambiental e cultural do Vale do
São Francisco. No município de Casa Nova, por exemplo, o Lago de
Sobradinho promoveu a reativação das dunas que estavam inativas há mais
de 5 mil anos, expondo e desestruturando artefatos cerâmicos e líticos
que se preservavam nos sedimentos das margens do Rio São Francisco.
"Para que se implantem empreendimentos no
Brasil, como por exemplo, a Mina de Suçuarana, a Barragem e o Parque
Eólico de Sobradinho precisa-se atender políticas públicas que
estabelecem mecanismos de preservação, melhoria e recuperação da
qualidade do meio ambiente. Realizamos um trabalho de diagnóstico,
onde fazemos pesquisas bibliográficas e entrevistas com os moradores
locais para desvendar o contexto histórico e arqueológico da região dos
empreendimentos. Um trabalho autorizado pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)", esclareceu Celito Kestering, um
dos coordenadores do evento.
Arqueologia é uma ciência que estuda a
cultura material das sociedades do passado. O arqueólogo é um cientista
que reconstitui o modo de vida de grupos que viveram em diferentes
regiões e deixaram como prova de suas existências, muitos objetos que
eles fabricaram e/ou utilizaram.
O registro arqueológico é formado pelo
resultado da criação ou utilização de materiais que se conhecem como
artefatos. Esses objetos permitem contar a história dos grupos mesmo que
sobre eles não se tenha qualquer referência histórica.