O conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), ex-deputado
federal pelo PP e ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte, é um dos
políticos que serão investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) pela
Operação Lava Jato, por desvios de recursos da Petrobras.
Questionada se o TCM tomaria alguma
postura após a abertura do inquérito contra Negromonte – que é indicado
como líder do esquema de corrupção dentro do PP e será investigado por
formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, a
assessoria de imprensa do tribunal afirmou que “nada que está sendo
levantando diz respeito à atuação dele no TCM, então, não tem por que
tomar qualquer atitude em relação a isso”.
De acordo com a assessoria, continua
valendo a declaração que o presidente da Casa, Francisco Netto, deu ao
Bahia Notícias em dezembro do ano passado. “Primeiro, é preciso destacar
que as denúncias publicadas nos meios de comunicação dizem respeito a
atos supostamente cometidos pelo hoje conselheiro no período em que
exercia o cargo de deputado federal e de ministro de estado. Nenhuma
denúncia foi publicada relativa à sua atuação como conselheiro de contas
do TCM. Portanto, esta corte não tem porque questionar o conselheiro”,
afirmou, à época, Netto em entrevista. Procurado pela reportagem nesta
segunda-feira (9) para comentar o assunto, já que foi autorizada a
investigação contra Negromonte, o presidente do TCM não foi encontrado. O
ex-ministro foi apontado pelo doleiro Alberto Youssef em delação
premiada como um dos políticos do PP que recebiam as maiores quantias da
propina distribuída pelo então deputado José Janene (PP). Após a morte
de Janene em 2010, Negromonte teria assumido a liderança do grupo e
receberia o dinheiro de Youssef em seu apartamento funcional, em
Brasília, e em sua casa, em Salvador.