A
empreiteira Odebrecht, que é uma das investigadas na Operação Lava
Jato, pode estar envolvida em um caso de corrupção internacional. A
empresa apareceu durante as investigações de um processo que condenou
Valter Lavitola, braço direito do ex-primeiro ministro Silvio
Berlusconi, a 3 anos de prisão por extorsão à empresa italiana
Impregilo. A construtora brasileira teria pago propina a Lavitola para
vencer a licitação para a construção da linha 1 do metrô no Panamá, em
2010, na qual a Impregilo também concorreu. Porém, de acordo com a
Divisão Antimáfia do Ministério Público italiano, Lavitola teria feito
jogo duplo e, ao mesmo tempo que recebia propina da Odebrecht, tentava
extorquir a Impregilo. De acordo com o jornal O Globo, Lavitola teria
admitido que administrava e lavava o dinheiro proveniente de propinas
pagas ao ex-presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, em troca de
licitações de obras públicas. O italiano ficaria com 20% do dinheiro
lavado. Em nota, a Odebrecht informou desconhecer qualquer investigação
relacionada à obra do metrô do Panamá e afirmou que não fez qualquer
pagamento ou depósito em suposta conta de qualquer pessoa a título de
“comissão” sobre o contrato no país. Durante a audiência de dezembro que
condenou o italiano, o procurador Piscitelli declarou que Lavitola
“intermediou um canal de corrupção no Brasil para mediar a favor da
empreiteira brasileira”. Os procuradores também elaboraram e entregaram
ao juiz um dossiê contendo várias reportagens publicadas sobre o
envolvimento da Odebrecht na Operação Lava-Jato.