Empreiteiras
citadas no esquema de corrupção e propinas envolvendo a Petrobras
“produziram e entregaram à Justiça documentos falsos”. A informação é do
juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava-Jato.
Ao
rejeitar pedido de revogação da prisão preventiva do vice-presidente
executivo da Construtora Mendes Jr, Sérgio Mendes, o juiz Sérgio Moro,
que conduz as ações da Operação Lava-Jato, assinalou que “as
empreiteiras não só produziram documentos falsos, contratos com as
empresas de Alberto Youssef (doleiro da Lava-Jato), para acobertar os
pagamentos criminosos, mas os apresentaram a este Juízo como
verdadeiros, sem qualquer ressalva ou informação quanto ao seu caráter
fraudulento”.
Moro
destacou que “a prisão cautelar do investigado (Sérgio Mendes), até o
momento identificado como o principal responsável na Mendes Júnior pela
prática dos crimes, se impõe para prevenir a continuidade do ciclo
delituoso, alertando não só a ele, mas também à empresa das
consequências da prática de crimes no âmbito de seus negócios com a
administração pública”.
Para o
magistrado, faz-se “necessário, infelizmente, advertir com o remédio
amargo (ordem de prisão contra seus principais executivos) as
empreiteiras de que essa forma de fazer negócios com a administração
pública não é mais aceitável - nunca foi, na expectativa de que
abandonem tais práticas criminosas”.
O
criminalista Marcelo Leonardo, que defende Sérgio Mendes, sustenta que a
Mendes Jr foi vítima de extorsão de R$ 8 milhões por parte do doleiro
Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo
Roberto Costa.