O
presidente da OAS, Leo Pinheiro, monitorou pessoalmente o andamento da
CPI da Petrobras no Congresso e pediu uma lista de deputados e senadores
que miravam os contratos das empreiteiras com a estatal. A Polícia
Federal apreendeu no apartamento de Pinheiro o plano de trabalho da
comissão e um e-mail de 2 de junho com os nomes dos parlamentares que
pediram na CPI documentos sobre as construtoras e as obras da refinaria
Abreu e Lima, das quais a OAS participava. A informação é de Vera
Magalhas, na sua coluna deste sábado, na Folha de S.Paulo. A colunista
dá mais detalhes da ação do presidente da OAS:
''Em
2 de junho, Pinheiro recebeu a lista de deputados de um advogado da
OAS. 'Conforme solicitado, seguem em anexo os requerimentos feitos por
empresa, com respectivos deputados', escreveu o diretor de ações cíveis
da empreiteira.
No apartamento,
havia dois post-its sobre a planilha dos trabalhos da comissão. Um deles
trazia, escritas à mão, as iniciais de membros da CPI e dirigentes de
outras empreiteiras. Outro dizia: 'Não pode ser chamado à CPI. Fora de
escopo'.
Também foi
apreendida na casa de Pinheiro a pauta de reunião do comitê executivo da
OAS marcada para 20 de junho. O primeiro tópico é a CPI, que havia
iniciado naquele mês.
Pinheiro também se
preocupava com investigações da CGU (Controladoria-Geral da União)
sobre a refinaria. Ele guardava ofício do órgão à CPI relatando
irregularidades da obra.
O presidente da
OAS telefonava para políticos e agentes públicos no aniversário. Em seu
apartamento, havia anotações com as datas de nascimento de Lula, Antonio
Palocci e parlamentares governistas e oposicionistas.
Uma folha lembra
Pinheiro de parabenizar Renato Duque em 29 de setembro, com o celular do
ex-diretor da Petrobras ao lado. Outra anotação traz o aniversário de
José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da estatal.''