Polícia Federal encontrou indícios de que o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) teria recebido dinheiro de doleiro em seu apartamento funcional da Câmara
O deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA) (Divulgação/Câmara dos Deputados)
O PSOL decidiu acionar o
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara pedindo
investigação sobre as relações do deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA)
com o doleiro Alberto Youssef, pivô da Operação Lava-Jato da Polícia Federal.
Conforme revelou VEJA,
a Polícia Federal encontrou registros de repasse de recursos de Youssef
para o apartamento funcional de Luiz Argôlo. Em conversas telefônicas
em poder dos policiais, Youssef é frequentemente cobrado por um
interlocutor identificado como “LA”, que pressiona para receber
pagamentos. Em uma mensagem de 16 de setembro do ano passado, por
exemplo, o doleiro recebe orientação para enviar dinheiro para o
apartamento funcional de Argôlo, em Brasília. O parlamentar deixou
recentemente o Partido Progressista (PP), legenda também envolvida com
as remessas de recursos feitas por Yousseff.
De acordo com as interceptações telefônicas obtidas pela PF, “LA”
pede que o doleiro pague suas contas e deposite recursos para uma loja
de decoração e uma agropecuária no município de Entre Rios (BA), cidade
de Argôlo.
O PPS já havia acionado a
Corregedoria da Câmara, no final de abril, para que fosse apurado o
envolvimento do deputado baiano com o doleiro preso, mas até o momento o
parlamentar não foi notificado – o que poderá ocorrer nesta
quarta-feira.
Contra o deputado baiano também pesam suspeitas de que ele tenha
recebido dois caminhões de bezerros do doleiro. Em um dos grampos
telefônicos, revelado pela Folha de S. Paulo, Argôlo repassa uma conta bancária para receber depósito de 110.000 reais.