A
política é por si só muito dinâmica. Muda como as nuvens, já dizia
Magalhães Pinto. Faltando menos de um mês para o inicio das convenções
partidárias, Eduardo e Aécio, candidatos ao Planalto, arranham as
relações em põe em risco o acordo pelo qual o PSDB apoia o candidato do
PSB a governador de Pernambuco e a legenda tucana retribui a
generosidade não lançando postulante ao Governo de Minas.
Aécio
não gostou das declarações da vice de Eduardo, Marina Silva, de que
seria um grande derrotado no segundo turno. No mesmo petardo, a
ex-senadora sinalizou que não apoiaria o tucano no segundo turno, caso
Eduardo não chegasse lá.
Para
engrossar o caldo, o ex-ministro Fernando Bezerra, candidato a senador
na chapa de Paulo Câmara (PSB), passou a impressão de que teria o mesmo
raciocínio de Marina, com um complicador: teria sido mais explícito num
alinhamento ao PT, no segundo turno.
As
declarações levaram o presidente estadual do PSDB, Bruno Araújo, a sair
da toca e ameaçar com a candidatura do deputado Daniel Coelho a
governador. Ex-aliado de Marina, Coelho disputou a eleição para prefeito
do Recife em 2012 e por pouco não provoca um segundo turno, quebrando a
polarização de Geraldo com o PT, que lançou Humberto Costa, e ficando
em segundo lugar, deixando o petista para trás.
O
acordo PSB-PSDB em Pernambuco foi celebrado pelo ex-presidente Sérgio
Guerra, falecido há dois meses, e vem sendo cumprido por Bruno. O
dirigente tucano passará, a partir de agora, a seguir o que for
determinado por Aécio, não tendo autonomia para decidir pelo caminho da
autonomia no Estado.
Se
o candidato tucano ao Planalto der o sinal verde para uma candidatura
própria no Estado, Bruno já tem a sinalização de que Daniel topa o
sacrifício. Na verdade, Daniel sonha 24 horas acordado para disputar o
Governo do Estado.
Não
tem chances de chegar lá, mas a disputa dá a ele visibilidade para
tentar viabilizar, dois anos depois, o seu desejo de voltar a concorrer à
Prefeitura do Recife, desta feita mais robusto.