quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

COLUNA DO PINGUIM: A VIOLÊNCIA, JUSTIÇA, OS POLICIAIS E O POVO


A violência está estampada todos os dias nos jornais, blog’s e na televisão. Acontece como uma tenebrosa rotina nas ruas. A violência em estágio descontrolado vem minando o ânimo dos brasileiros e a credibilidade das autoridades. Passou a ser o item número 1 nas pesquisas de opinião sobre as preocupações das pessoas, que tiveram uma melhora de renda ao mesmo tempo em que experimentaram uma piora na qualidade de vida – ao menos no que se refere à sensação de proteção do Estado. Escandalosos casos de estupro são registrados como algo corriqueiro nas maiores capitais e cidades e, nesse aspecto, colocam o País no padrão de desajuste social da Índia. Às vésperas de receber eventos globais como a, Copa do Mundo e Olimpíada, o Brasil macula ainda mais sua imagem internacional com episódios sistemáticos de crimes escabrosos e vem sendo comparado a uma selva subdesenvolvida. A impunidade, em alguns casos, e o descontrole, em outros, das operações repressoras ultrapassaram todos os limites.
Todos os dias, presenciamos caçada policial pelas ruas, vielas e bairros periféricos onde participantes de gangues diariamente enfrentam a polícia  e a mesma disparam a ermo dezenas de tiros na perseguição a supostos bandidos. Como em um filme, há gritos de torcida incitando a matança. Em nenhum momento é possível notar equilíbrio e senso de responsabilidade dos bandidos autores. Casas, prédios e pessoas na rua surgiam como alvos fáceis e, caso atingidos, seriam certamente depois classificados como incidentes colaterais da investida. É normal essa justificativa quando inocentes são abatidos em campo aberto, nas buscas em bairros. O problema é que o País não está em guerra e não deveria se prestar a operações mal articuladas e imprudentes. O descaso e o despreparo de alguns policiais são tão ou mais nocivos que a crueldade impiedosa dos bandidos. A banalização da violência, aliada à glamorização midiática de certas repressões policiais – que são acompanhadas por câmeras de tevê e repórteres ávidos por mostrar agentes destemidos da lei –, tem provocado indignação em escala. Por outro lado, muitas são as autoridades que parecem estar de braços cruzados, deixando a população à mercê da barbárie sem fim. Há um crescente clamor de “basta” que deveria ser ouvido especialmente por aqueles que aspiram votos nas urnas. Nas cidades baianas, antes chamadas de pequenas e pacatas, a explosão de notícias policiais bate recorde que parecem mais notícias repetitivas de intenso tráfico de drogas, criminalidade aflorada, sons incessante de sirenas dos veículos militares mal abastecidos com o caro combustível, jovens, menores de idade comandam equipes barbarizando os senhores do bem; E as polícias? Estes procuram entender e atender a demanda, são poucos e não dispõem de armas potentes capazes de dar um freio definitivo. Por outro lado, as penitenciarias estão a “vomitar” presos pois, sua capacidade está superlotada, em vários casos de crimes hediondos ocorridos, os defensores dos patrocinadores do crime apelam para a justiça e prontamente estão de volta ás ruas, não estranhem, são as nossas retrógradas leis que ainda são seguidas pela justiça brasileira, enquanto isto nossos familiares são baixando um a um a sepultura.Como diria Mahatma Ghandi “ A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua, e livre na prisão. É uma questão de consciência”.