A violência está estampada todos os dias nos
jornais, blog’s e na televisão. Acontece como uma tenebrosa rotina nas ruas. A
violência em estágio descontrolado vem minando o ânimo dos brasileiros e a
credibilidade das autoridades. Passou a ser o item número 1 nas pesquisas de
opinião sobre as preocupações das pessoas, que tiveram uma melhora de renda ao
mesmo tempo em que experimentaram uma piora na qualidade de vida – ao menos no
que se refere à sensação de proteção do Estado. Escandalosos casos de estupro
são registrados como algo corriqueiro nas maiores capitais e cidades e, nesse
aspecto, colocam o País no padrão de desajuste social da Índia. Às vésperas de
receber eventos globais como a, Copa do Mundo e Olimpíada, o Brasil macula
ainda mais sua imagem internacional com episódios sistemáticos de crimes
escabrosos e vem sendo comparado a uma selva subdesenvolvida. A impunidade, em
alguns casos, e o descontrole, em outros, das operações repressoras
ultrapassaram todos os limites.
Todos os dias, presenciamos caçada policial pelas
ruas, vielas e bairros periféricos onde participantes de gangues diariamente
enfrentam a polícia e a mesma disparam a
ermo dezenas de tiros na perseguição a supostos bandidos. Como em um filme, há
gritos de torcida incitando a matança. Em nenhum momento é possível notar
equilíbrio e senso de responsabilidade dos bandidos autores. Casas, prédios e
pessoas na rua surgiam como alvos fáceis e, caso atingidos, seriam certamente
depois classificados como incidentes colaterais da investida. É normal essa
justificativa quando inocentes são abatidos em campo aberto, nas buscas em
bairros. O problema é que o País não está em guerra e não deveria se prestar a
operações mal articuladas e imprudentes. O descaso e o despreparo de alguns
policiais são tão ou mais nocivos que a crueldade impiedosa dos bandidos. A
banalização da violência, aliada à glamorização midiática de certas repressões
policiais – que são acompanhadas por câmeras de tevê e repórteres ávidos por
mostrar agentes destemidos da lei –, tem provocado indignação em escala. Por
outro lado, muitas são as autoridades que parecem estar de braços cruzados,
deixando a população à mercê da barbárie sem fim. Há um crescente clamor de
“basta” que deveria ser ouvido especialmente por aqueles que aspiram votos nas
urnas. Nas cidades baianas, antes chamadas de pequenas e pacatas, a
explosão de notícias policiais bate recorde que parecem mais notícias
repetitivas de intenso tráfico de drogas, criminalidade aflorada, sons incessante
de sirenas dos veículos militares mal abastecidos com o caro combustível,
jovens, menores de idade comandam equipes barbarizando os senhores do bem; E as
polícias? Estes procuram entender e atender a demanda, são poucos e não dispõem
de armas potentes capazes de dar um freio definitivo. Por outro lado, as
penitenciarias estão a “vomitar” presos pois, sua capacidade está superlotada,
em vários casos de crimes hediondos ocorridos, os defensores dos patrocinadores
do crime apelam para a justiça e prontamente estão de volta ás ruas, não
estranhem, são as nossas retrógradas leis que ainda são seguidas pela justiça
brasileira, enquanto isto nossos familiares são baixando um a um a sepultura.Como
diria Mahatma Ghandi “ A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua;
existem homens presos na rua, e livre na prisão. É uma questão de consciência”.