Amigos
do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato,
condenado a 12 anos e sete meses de prisão no processo do mensalão e
foragido na Itália, registraram em cartório um documento como parte da
estratégia para demonstrar o que afirmam ser a inocência do ex-dirigente
do BB. Depois de oito tentativas frustradas, o grupo conseguiu, por
meio de Alexandre César Costa Teixeira, um dos petistas mais próximos do
foragido, registrar, no 22º Ofício Notarial do Rio de Janeiro, uma
declaração oficial. Nela, Teixeira descreve provas que, diz o grupo,
revelam "erros e injustiças" do Supremo Tribunal Federal (STF) na ação
penal 470, cujo relator foi o ministro Joaquim Barbosa. "Foi o nono
cartório", disse Teixeira. "Os oito anteriores deram as mais variadas e
esfarrapadas desculpas para não registrar. Uns diziam que eu fosse à
Polícia Federal; outros afirmavam que era uma denúncia contra o Supremo
ou que eu estava usando um artifício para denunciar o Supremo; outros me
diziam para procurar o Ministério Público." A intenção inicial era
registrar uma Escritura Pública Declaratória, mas acabou frustrada. O
Ato Notarial, registrado em 18 de dezembro de 2013, afirma Teixeira,
apenas declara que existem alguns documentos referentes ao caso do
mensalão e os descreve sucintamente. A papelada, que tem sido exibida
pelo grupo de amigos de Pizzolato em sua defesa e reproduzida na
internet, inclui o regulamento do Fundo Visanet, o Laudo 2828 da PF e
cópias de ofícios do banco. A documentação, afirma Teixeira, demonstra
que o ex-diretor não cometeu irregularidades no Banco do Brasil e lá
participou sempre de decisões colegiadas, tomadas em conjunto com outras
pessoas.