Chegou
a hora de a presidente Dilma Rousseff experimentar para valer a
antipatia que construiu laboriosamente nos últimos dois anos e meio
entre deputados e senadores. A queda de 27 pontos em sua popularidade, medida pelo Datafolha, será sentida agora a cada necessidade de negociação.
Na
relação com os congressistas, presidentes da República são temidos ou
admirados. Às vezes, raramente, as duas coisas. Dilma era sempre muito
temida até maio passado, pois tinha a popularidade mais alta entre todos
os ocupantes do Palácio do Planalto pós-ditadura nesta fase do primeiro
mandato.
Do
alto de sua aprovação popular, a petista acostumou-se a agir de forma
imperial. Não dava entrevistas, exceto para a mídia amiga com quem podia
opinar sobre novelas e culinária.
Até
agora, foi fácil se comportar como um Emílio Garrastazu Médici sentado
dentro do Planalto, ouvindo o jogo da seleção brasileira pelo rádio e
olhando com desdém para o Congresso, do outro lado da Praça dos Três
Poderes. Agora, com uma aprovação mais próxima da de João Figueiredo, o
cenário ganha em complexidade.
Políticos
são pragmáticos. Não gostam de arranjar briga com uma presidente da
República que é bem avaliada e ruma para a reeleição.
Na
nova conjuntura em formação, entretanto, o poder da presidente tende a
derreter momentaneamente dentro do Congresso. Ela poderia compensar essa
perda de popularidade com as relações pessoais e políticas. Ocorre que
essas relações sempre foram muito tímidas ou inexistentes, por decisão
da própria Dilma. Continue lendo aqui