sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

2014: Eduardo Campos age para unificar o PSB e se desvincular do PT


 Com um olho nas eleições municipais do ano que vem e outro nas presidenciais de 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, dedicou-se nos últimos 45 dias a tentar restabelecer a unidade do PSB, partido que preside.

O principal gesto pacificador de Campos foi oferecer a Secretaria de Relações Institucionais do PSB ao ex-ministro Ciro Gomes, até então o principal foco de dissidência no partido. Por trás da ofensiva de Eduardo Campos pela paz no PSB está a intenção de se fortalecer perante o PT em 2014, numa eventual vice numa chapa com Dilma Rousseff, o que significará uma rasteira no PMDB, hoje o principal parceiro dos petistas.

Mas, dependendo da evolução política e do leque de alianças que pretende fazer com partidos governistas e de oposição, em outubro, Campos trabalha até com a possibilidade de o PSB lançar um candidato próprio à sucessão de Dilma.
O principal nome é o dele mesmo. Porque Eduardo Campos tem sido apontado insistentemente como provável candidato à Presidência. Pesquisa Band/Ibope feita no final de dezembro registrou aprovação de 89% a seu governo, sendo lembrado como o melhor administrador de Estado. O governador sabe, no entanto, que tem em Ciro Gomes um adversário interno, que vem reivindicando o direito de ser o candidato a presidente da República em 2014.
Durante o congresso do PSB que reconduziu Campos à presidência do PSB, no início de dezembro, Ciro chegou a dizer que respeitava o desejo do governador de se candidatar, mas se considerava mais preparado. Disse Ciro: “Ele (Campos) precisa de mais estrada”.
Campos trabalha muito nos bastidores. E foi pensando nisso que ele se reaproximou de Ciro Gomes. Em vez de rebater o rebelde ex-ministro em relação à “falta de estrada”, preferiu dizer que Ciro era, de fato, o único candidato à Presidência dentro do partido.
 Afirmou ainda que está empenhado num projeto político que, no momento, é encabeçado por Dilma Rousseff. O PT vê as movimentações de Eduardo Campos com muita desconfiança.
O partido sabe da simpatia que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem pelo neto do ex-exilado, ex-governador e ex-deputado Miguel Arraes, o que pode ser um forte incentivo para as pretensões eleitorais do governador. E vê ainda com maior preocupação a desenvoltura de Campos em traçar alianças no Sul e no Sudeste que excluem o PT.