O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer receber visitas de
familiares nas quintas-feiras, na “cela” especial, espécie de sala de
Estado-Maior, na prisão da Operação Lava Jato. Preso e condenado por
corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso apartamento triplex no
Guarujá, o petista completa nesta quarta-feira, 10, o quarto dia no
cárcere para o cumprimento da pena de 12 anos e 1 mês, em regime
fechado.
O pedido para que as visitas de familiares ocorressem nas quintas
partiu da defesa do ex-presidente. O advogado Cristiano Zanin Martins,
que esteve com o ex-presidente em todos os dias de seu encarceramento
até aqui, solicitou a data ao superintendente da Polícia Federal no
Paraná, Maurício Valeixo, e ao delegado Igor Romário de Paula, que fazem
os contatos com os defensores.
Lula está em uma sala reservada especialmente para ele no quarto
andar do prédio da PF, isolado dos demais presos da Custódia. Na
segunda-feira, o juiz federal Sérgio Moro registrou na Ficha Individual
de execução provisória da pena de Lula que a sala de Estado-Maior e uma
televisão – onde assistiu seu time do coração, o Corinthians, ficar
campeão do Paulista no domingo – são os únicos benefícios concedidos a
Lula, em relação aos demais encarcerados.
O documento que serviu para abertura do processo de execução penal
provisória da pena, pela juíza federal Carolina Moura Lebbos, destaca o
veto a outros “privilégios”. E o entendimento foi mantido pela juíza da
12.ª Vara Federal – responsável pela execução penal em Curitiba.
“Nenhum outro privilégio foi concedido, inclusive sem privilégios
quanto a visitações, aplicando-se o regime geral de visitas da
carceragem da Polícia Federal”, diz Moro.
Pela regra, Lula pode receber visitas de advogados a qualquer dia da
semana – menos sábados, domingos e feriados – e de familiares, uma vez
por semana, como ocorre com os demais encarcerados da PF.
As visitas de familiares na carceragem da PF, onde estão 20 presos
comuns, ocorrem nas quartas-feiras. A Custódia fica no segundo piso do
prédio, isolado da sala de Estado-Maior de Lula. Entre os detentos, o
ex-ministro Antonio Palocci, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, o
ex-diretor da Petrobrás Renato Duque.
Não há ainda confirmação de quais familiares visitarão Lula, mas os
filhos estão entre os que viajarão a Curitiba, segundo apurou o Estadão.