Do G1
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, hoje, que o
governo “insistirá” na "luta judicial” para garantir que a deputada
federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) possa assumir o Ministério do
Trabalho. De acordo com Marun, não é o “pensamento do governo” solicitar
ao PTB a indicação de outro nome para comandar a pasta.
A posse da petebista estava prevista para as 9h desta segunda, porém,
uma decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia,
suspendeu mais uma vez o ato. A ministra analisou reclamação movida por
um grupo de advogados, que contestou no STF a decisão de sábado (20) do
Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, que havia liberado a posse de
Cristiane.
Cármen Lúcia destacou que sua decisão é "precária e urgente" e pode
ser revista. A ministra estabeleceu prazo de 48 horas para que as partes
envolvidas no caso se manifestem e pediu a posição da
Procuradoria-Geral da República.
O grupo de advogados é o mesmo que conseguiu barrar a posse nas
instâncias inferiores. Os advogados sustentam que a nomeação da deputada
contraria o princípio da moralidade, determinado pela Constituição, em
razão das condenações de Cristiane na Justiça do Trabalho.
Em entrevista a jornalistas, no Palácio do Planalto, Marun afirmou
que o presidente Michel Temer tentará garantir a posse da petebista. A
estratégia está sendo discutida pela área jurídica do governo, de acordo
com o ministro.
"O governo mantém a serenidade, o governo, obviamente, insistirá
nessa luta judicial pela preservação das prerrogativas do presidente e
temos confiança no bom senso e das decisões judiciais que vão no devido
tempo garantir a posse da ministra escolhida pelo presidente", disse
Marun.
Responsável pela articulação política do governo, Marun demonstrou
otimismo em um desfecho positivo para o Planalto na "novela" que se
transformou a posse de Cristiane. "Novela sempre tem final feliz",
disse.
O ministro destacou que a decisão do STJ tratou do mérito do caso e
favoreceu o Planalto. Ele evitou criticar a posição de Cármen Lúcia.
Marun ainda afirmou que o revés na tentativa de empossar Cristiane
não alterou a agenda de Temer, que viaja na noite desta segunda para
Suíça, onde participa na quarta (24) do Fórum Econômico Mundial, em
Davos. O ministro lembrou que, se o STF autorizar a petebista a assumir a
pasta do Trabalho durante a viagem de Temer, o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), poderá dar posse a deputada. Maia deve ficar no
exercício da Presidência da República até quinta-feira, quando está
previsto o retorno de Temer ao Brasil.
"O presidente estando em Davos, o presidente Rodrigo será o
presidente em exercício com plenos poderes. Caberá obviamente a ele, se a
decisão sair nesse esse tempo, decidir [empossar Cristiane], disse o
ministro.
Questionado por jornalistas se facilitaria a situação do governo
pedir ao PTB a indicação de outro nome para assumir o Trabalho, Marun
declarou que a ideia não está em discussão. "Seria mais fácil [pedir
outro nome ao PTB], mas não é esse, nesse momento, o pensamento do
governo", enfatizou. "Nada afastará o governo do propósito de aprovar a
reforma da Previdência", completou.