Foto: Reprodução / Istoé
Marcos Valério Fernandes de Souza, de 58 anos, se casou na
sexta-feira passada (26) com a baiana Aline Couto Chaves, de 25 anos, em
um presídio em Sete Lagoas (MG), na região metropolitana de Belo
Horizonte. A união foi confirmada pela defesa do condenado no mensalão.
Após um ano de espera, a cerimônia foi realizada na Associação de
Proteção e Amparo aos Condenados (Apac), onde atualmente Valério cumpre
pena de 37 anos e 5 meses de prisão. O casal já se relacionava desde
2013, no período em que o ex-sócio das agências SMPB e DNA - já
separado, mas não oficialmente, de sua primeira mulher, Renilda Santiago
-, morava em uma fazenda no município de Caetanópolis, na região
central de Minas. Na época, Renilda e Aline protagonizaram uma disputa
pela posse da Fazenda Santa Clara, que se transformou em caso de
polícia. O escândalo de compra de votos no Congresso durante o primeiro
mandato de Luiz Inácio Lula da Silva expôs também o matrimônio de
Valério. Num dos capítulos do mensalão, Renilda, bastante abalada
emocionalmente, prestou um longo depoimento na CPI dos Correios. Valério
passou a se relacionar com a jovem Aline depois de ser condenado - a
maior pena do mensalão. O casamento havia sido previsto inicialmente
para dezembro de 2016 porque o divórcio com Renilda saiu em outubro
daquele ano, conforme o advogado de Valério, Jean Kobayashi. A cerimônia
na Apac ocorreu com a presença de parentes do noivo e da noiva. Da
parte de Valério, compareceram a filha, o genro e o neto. Representantes
de um cartório de Sete Lagoas foram até a associação e realizaram o
casamento. "Foi muito simples", disse Kobayashi. O atraso na data do
casamento ocorreu porque Valério queria estar em um estabelecimento em
melhores condições para a cerimônia. Ele cumpria pena na Penitenciária
de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG), desde 2014. Em
julho do ano passado, foi transferido para a Apac de Sete Lagoas. Ao
contrário das penitenciárias, nas Apacs os condenados não usam uniforme
e, em parte dos casos, ficam com as chaves das celas. Os seguranças não
trabalham armados. Valério tenta há dois anos firmar um acordo de
delação premiada com autoridades da Lava Jato, mas sem sucesso.