Apontado
pelo DEM como pré-candidato à Presidência da República, o presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (RJ), se encontrou com o ex-deputado Valdemar
Costa Neto (SP), que comanda o PR, na manhã de hoje. Com a sexta maior
bancada da Casa (37 deputados), o partido é um dos que Maia tenta atrair
o apoio para viabilizar sua candidatura ao Palácio do Planalto no
pleito deste ano. Oficialmente, o presidente da Câmara diz que foi pedir
apoio à reforma da Previdência, mas, segundo interlocutores, o pano de
fundo do encontro foi atrair o PR para uma eventual candidatura.
O nome de Maia para a disputa ao Planalto ainda é dúvida dentro do
governo. O presidente Michel Temer disse acreditar que o político
fluminense vai disputar a reeleição da Câmara e não o Planalto. Temer,
contudo, afirmou que o presidente da Câmara “só tem a ganhar” ao se
movimentar pela sucessão.
O presidente da Câmara acredita que poderá contar com apoio do PR,
caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja condenado em
segunda instância no processo do triplex do Guarujá (SP) e, assim, fique
impedido de concorrer nas eleições presidenciais deste ano. Caso o
petista seja candidato, Valdemar e outros integrantes do PR têm
defendido, nos bastidores, aliança com Lula.
Além de Valdemar, o grupo de Maia também tem conversado com o
ex-deputado Bernardo Santana, presidente do PR de Minas Gerais. Santana é
do mesmo Estado do senador Antonio Anastasia (PSDB), nome que o
presidente da Câmara sonha em ter como candidato a vice. Outra opção
seria a senadora Ana Amélia (RS), do PP, sigla cuja negociação de
aliança com Maia está avançada, segundo aliados dele.
Em seu Twitter, Maia postou que iniciou o dia em reunião com o
Partido da República, sem citar nomes. Segundo ele, o encontro foi para
discutir a reforma da Previdência. No post, ele também informou que
almoçará com o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, em
Florianópolis. "Vamos tentar construir a participação dos governadores
neste debate (da reforma)", disse Maia.
Colombo é do PSD, partido do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles,
e cujos parlamentares têm apresentado forte resistência a favor das
mudanças nas regras previdenciárias. Maia, o ministro e o governador de
São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), travam uma disputa nos bastidores
para ser o candidato de centro apoiado pela maioria dos partidos da base
aliada do presidente Michel Temer.