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Foto: Agência Brasil
A quatro dias da votação da segunda denúncia da
Procuradoria-Geral da República (PGR) na Câmara dos Deputados, o
presidente Michel Temer disse no início da tarde deste sábado (21) que
sua relação com o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está
"tranquila". Em entrevista coletiva após participar de evento sobre a
preservação do Pantanal, no interior do Estado do Mato Grosso do Sul,
Temer fez elogios e afagos a Maia e afirmou que não há qualquer ato do
parlamentar fluminense que tenha sido prejudicial ao governo. Disse
ainda que Maia atua como um "verdadeiro magistrado". "Minha relação com
Maia está indo muito bem, 'tranquilo'. É uma relação de muito respeito,
respeito institucional. O Rodrigo exerce suas funções com grande
probidade, baseado na Constituição e no regimento interno da Câmara dos
Deputados. É um verdadeiro magistrado em todas as questões. Nas questões
que dizem interesse ao País, ele tem sido um colaborador extraordinário
com nosso governo", afirmou. "Não há um ato qualquer que seja, digamos,
prejudicial ao governo. Ao contrário, em todos os momentos, ele age
para fazer aprovar as nossas matérias, que apresentamos e que são de
interesse do País. É um homem vocacionado para a vida pública",
acrescentou. Maia tem entrado em rota de conflito com o governo Michel
Temer há algumas semanas. O ápice aconteceu no último fim de semana,
após a divulgação de vídeos da delação do operador financeiro Lúcio
Funaro no site da Câmara. Nos vídeos, Funaro cita irregularidades
envolvendo o presidente da República. Os vídeos foram publicados junto
com os demais documentos da segunda denúncia contra Temer e os ministros
Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da
Presidência), que deve ser julgada pelo plenário da Casa na próxima
quarta-feira (25). A divulgação provocou bate-boca público entre Maia e o
advogado de Temer, Eduardo Carnelós, após o advogado classificar a
divulgação dos vídeos como "vazamento criminoso". Na entrevista neste
sábado, Temer evitou responder se está confiante de que conseguirá
barrar a segunda denúncia no plenário da Câmara, assim como aconteceu
com a primeira. "Isso vou deixar por conta da Câmara dos Deputados",
desconversou.