Maria Carolina Marcello, Reuters - O
governo terá de fazer um esforço maior para articular a sua base e
derrubar a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer e dois de
seus ministros, avaliou um importante aliado. É
que ao já instável clima entre as legendas que integram o governo
soma-se um mal-estar relacionado a demandas antigas ainda não cumpridas.
"Não
é que o preço aumentou, é que surgiu a oportunidade de cobrar", avaliou
a fonte, que preferiu não ser identificada. "É mais uma questão de
passivos, de pendências desde antes da primeira disputa", afirmou.
Ainda
que essa fonte não preveja um placar no plenário muito diferente dos
números da votação da primeira denúncia, foi identificado um movimento
de alguns aliados com a intenção de garantir que Temer passe por este
segundo teste sem grandes demonstrações de força.
"Parte
da base acha que pode dar menos votos a Temer. Não vão deixar a
denúncia passar, mas não quer que ele saia muito fortalecido", explicou.
Para
que a Câmara autorize o Supremo Tribunal Federal a julgar a denúncia
são necessários os votos de 342 dos 513 deputados. Na primeira acusação,
263 deputados votaram contra a autorização e apenas 227 votaram a
favor.