O
resultado do julgamento do Supremo sobre o afastamento de parlamentares
não aplacou por completo o temor do Congresso. Ainda que a maioria da
corte tenha decidido, após amplo e exaltado debate, encaminhar ao
Legislativo sanções que interfiram no exercício do mandato, há no Senado
a tese de que a questão precisa ser esmiuçada por meio de uma emenda à
Constituição. A nova lei garantiria ao Parlamento a última palavra a
respeito do que, no entender dele, cerceia o legislador.
A
tentativa da presidente do STF, Cármen Lúcia, de contemplar aspectos
divergentes em seu voto foi alvo de críticas generalizadas. Foi por
buscar solução ambígua, disseram integrantes do tribunal, que ela acabou
intensamente pressionada a explicitar que ala, de fato, sairia
vencedora.
O
fato de a ministra ter delegado ao colega Celso de Mello a proclamação
do voto e de ter feito reparos à própria fala foram apontados como
indícios de seu desconforto. No STF, os mais incisivos disseram que ela
abdicou da condução da sessão. (Painel – Folha de S.Paulo)