O
governo Michel Temer tem a pior avaliação da série histórica da
pesquisa feita pelo Instituto MDA, encomendada pela Confederação
Nacional dos Transportes (CNT). Realizada desde 1998, no primeiro
mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a pesquisa divulgada
nesta terça-feira aponta que apenas 3,4% dos brasileiros julgam a
administração do peemedebista positiva (contra 10% da pesquisa anterior,
em fevereiro). Os que desaprovam correspondem a 75% (ante 44%). E os
que consideram o governo regular são 18% (eram 39%). A margem de erro é
de 2,2%.
Com esta avaliação, Temer supera a desaprovação ao governo da
ex-presidente Dilma Rousseff em julho de 2015, quando 71% dos
entrevistados disseram estar descontentes com a gestão da petista.
Para realizar a pesquisa, pouco mais de 2 mil pessoas foram
entrevistadas no período entre os dias 13 e 16 deste mês, em 137 em
cinco regiões.
MAIS BAIXA AVALIAÇÃO PESSOAL
A avaliação pessoal do presidente também bateu o nível mais baixo da
série, iniciada em 2011: 84% dos entrevistados desaprovam Temer. Em
fevereiro, eram 62%. A segunda pior marca agora também é de Dilma, em
outubro de 2015, quando foi pessoalmente desaprovada por 81%.
O índice de reprovação a Temer vem crescendo desde sua posse. Em
junho do ano passado – após o impeachment da ex-presidente Dilma
Rousseff –, eram 40% os que reprovavam o presidente. Depois, o índice
subiu para 51%, 62%, e agora está em 84%.
A aprovação caiu, no ano passado, de 34% em junho para 32% em
outubro. Neste ano, em seguida, teve redução para 24% em fevereiro e,
por fim, para 10% neste mês de setembro.
LULA NA FRENTE PARA 2018
Nos cenários para o pleito de 2018, Lula segue o favorito – inclusive
no segundo turno –, seguido por Jair Bolsonaro, João Doria, Marina
Silva, Geraldo Alckmin e Ciro Gomes. No primeiro turno, nas intenções de
voto espontâneas, Lula tem 20,2%; Bolsonaro, 10.9%; Doria, 2,4%;
Marina, 1,5%; Alckmin, 1,2%, empatado com Ciro Gomes.
Ainda no primeiro turno, na intenção de voto estimulada, foram
desenhados três cenários. Nos três, a classificação é a seguinte: Lula,
Bolsonaro e Marina Silva. Os quartos colocados mudam entre Alckmin,
Doria e Ciro Gomes.
Já para o segundo turno, a pesquisa CNT/MDA preparou 12 cenários
estimulados. Em cinco, o nome de Lula foi colocado como opção de
resposta. Ele lidera nos cinco: ganharia de Aécio (41,8% a 14,8%),
Alckmin (40,6% a 23,2%), Doria (41,6% a 25,2%), Bolsonaro (40,5% a
29,5%) e Marina (39,8% a 25,8%). Bolsonaro teria o melhor desempenho
nesses cenários de derrota para o petista.
Marina só não ganharia de Lula: derrotaria Alckmin (28,4% a 23,6%),
Aécio ( 33,6% a 13%), Doria (30,5% a 22,7%) e Bolsonaro (29,2% a 27,9%).
Ainda em votações estimulados para o segundo turno, Bolsonaro venceria
Alckmin (28% a 23,8%), Aécio (32% a 13,9%) e Doria (28,5% a 23,9%).
Os entrevistados também foram questionados da possibilidade de voto
especificamente em um concorrente. Aécio foi o candidato com maior
índice de quem não votaria nele "de jeito nenhum": 69,5%. Ele é seguido
nesse quesito por Ciro Gomes (54,8%), Alckmin (52,3%), Bolsonaro
(45,4%), Doria (42,9%), Lula (50,5%) e Marina Silva (51,5%).
PERDA DA ESPERANÇA NOS POLÍTICOS
A despeito da reprovação negativa recorde de Temer – da gestão e
pessoal –, 67,7% dos entrevistados disseram que não pretendem protestar
pela saída do peemedebista. Quando foram perguntados por que as
manifestações contra Michel Temer diminuíram, 50,3% responderam que
perderam a esperança com os atuais políticos; 25,4% alegaram falta de
perspectivas de mudança a curto prazo; 16,3% justificaram pela saída do
PT da Presidência; para 3,9%, há menos motivos para protestar.
Dentre os entrevistados, 94,3% responderam que o Brasil passa por uma
crise política. Destes, 49,9% opinaram que a crise não seria
solucionada com a troca do presidente da República, ao passo que 41,2%
afirmaram que seria.
Para 80%, Michel Temer não está fazendo as reformas necessárias ao
país. Já 13,7% acreditam que está. Ao se comparar Temer a Dilma, 55,4%
disseram não confiar em nenhum dos dois. Outros 30,1% disseram ter mais
confiança na petista, enquanto 11,6% afirmaram confiar mais no
peemedebista.
Quanto à oferta de emprego, 37,2% avaliam que está melhorando, contra
32,7% que acreditam estar piorando. A percepção de melhora no emprego
é, majoritariamente, que a retomada acontece lentamente. Dos 37,2%,
31,1% disseram que a oferta melhora em ritmo lento; 6%, em ritmo
moderado; e 0,1%, aceleradamente.
LAVA JATO
A Lava-Jato teve apoio de 78,5%, enquanto 9,3% desaprovaram a
operação. Outros 7,7% não aprovam nem desaprovam. Para 54%, a operação
da Polícia Federal beneficia o país. Já 24% disseram que não beneficia
nem prejudica. E 15,9% acham que ela prejudica o Brasil.