Eduardo
Cunha está cortando um dobrado para fechar sua delação premiada com a
Lava Jato. O ex-deputado até ofereceu um invejável calhamaço de
revelações, com mais de 100 anexos. Mas o material foi recusado, já que
não incluiu seus próprios crimes, como exigem os promotores federais.
Sem isso, as chances de um acordo são nulas. E, sem a delação, as penas
que aguardam o “Caranguejo” são do “padrão Sérgio Cabral”.
É
ingenuidade imaginar que os muitos larápios alcançados pelas operações
de combate à corrupção tenham se purificado. Como continuam sendo o que
sempre foram, surgiu entre eles um “mercado” de compra e venda de
delações. Figuras que já estão com a corda do Ministério Público no
pescoço têm cobrado “apoio financeiro” de antigos cúmplices, alegando
despesas com advogados e familiares. Um deputado com diversos crimes
ainda não expostos analisa a proposta de pagar R$ 2 milhões a um “preso
amigo” para não ser denunciado. A um senador, na mesma situação, a
oferta foi de R$ 3 milhões.