
Em sua página pessoal no facebook o
ex-Delegado Regional e candidato a prefeito de Juazeiro, no último
pleito, Charles Leão (PPS) divulgou uma avaliação da atual administração
do município, gestão Paulo Bomfim. Confira:
Uma análise dos 100 dias do ‘novo’ governo
PREFEITURA SEM PREFEITO... SEM PREFEITO?
Em silêncio eu estava, pois, todo início
de governo, seja de qualquer esfera, tem um período que todos aguardam
ansiosamente: os 100 primeiros dias. Prazo este que se aguarda para
saber a que se propõe a nova gestão.
Nesse período, aguarda-se a impressão
digital, a implementação de políticas públicas transversais,
interdisciplinares, inovadores e os resultados destas medidas,
oportunizando a sociedade saber qual a nova marca da gestão. Aguardei
este prazo, torcendo, intimamente, para que eu pensava ser certo fosse
um julgamento apressado, mas o criado, cópia em escala menor de seu
‘formatador’, não imprimiu avanços, mas, ao que parece, não tem e não
terá esta preocupação...
Esqueceu seu plano de governo
apresentado por força de lei eleitoral; tudo não passou de mera
propaganda politiqueira e digo pelo que vejo, ouço e observo:
rasgaram-se suas vãs promessas ludibriando o eleitor – a menor parcela
frise-se. Hoje, seu plano de ação, estampado aos quatros cantos, é
utilizar o que puder da sofrida máquina municipal para eleger seu
criador para o Congresso Nacional. Assim, se houvesse perícia nesta
gestão, a impressão datiloscópica coletada seria do ex que continua a
ser.
Tal fato foi mais que fielmente
demonstrado nas fotos, nas reuniões, tudo fartamente noticiados nas
mídias, onde em todos os atos oficiais e até não oficiais do atual
gestor de direito, sempre presente estava o criador. Marca-se a gestão
daquela do prefeito que nunca deixou de ser, em exercício em seu
terceiro mandato. Pasmem juazeirenses, remediando a sombra ofuscante e
não oficial na cadeira do paço.
Objetivando ofertar ares de legalidade,
criou-se um cargo de assessor com status de secretário, inclusive com
poderes para representar o próprio perante outros prefeitos da região,
como se próprio fosse, tudo arcado com os poucos recursos dos cofres
municipais.
Pare! Tá feio.
O gestor de direito deve definitivamente sentar na cadeira, é dele a responsabilidade e a conta a ser cobrada.
Mas tudo pode piorar, infelizmente.
Nestes esforços para fazer caixa, inclusive para contratar diversos
assessores de nada para nada, tudo sempre nas costas dos munícipes, veio
um duro ataque à população, já sob investigação do Ministério Público:
primeiro uma conta de água de péssima qualidade que foi aumentada no
calar das luzes pela Câmara Municipal, seguido do também aumento da taxa
de esgoto e a cobrança do lixo desta conta, antes cobrada no carnê do
IPTU. Mas o SAAE, como autarquia municipal, tem CNPJ e contas bancárias
diferentes da do Município, assim, além de continuar a gerenciar a água e
esgoto, o que já conta com muitas reclamações, agora o SAAE, também,
torna-se uma agência de cobrança da taxa municipal de coleta de lixo,
impondo um maior controle na gestão do recurso milionário.
Espero que utilizem com mais
transparência, diferente com o que fazem com o que é arrecadado dos
usuários do Mercado do Produtor. Tais fatos trazem e impõe uma nova
reflexão para que não se torne o SAAE o modelo não republicano que foi a
Petrobras e seu exorbitante prejuízo para a Nação, nos últimos anos.
No mais, exceto esta meta
“governamental” bem evidenciada e acima narrada como projeto de poder
pessoal acordados entre os atuais prefeitos, tudo permanece como d’antes
no Castelo de Abrantes: cidade abandonada, interior desprezado,
continua-se sem espaços públicos para as famílias, exceto para as que
podem pagar caro por isso, já na falta de segurança - as taxas de
homicídios refletem a desenfreada atividade da narcotraficância
alcançando a tudo e a todos, sangrando de morte a sociedade.
Quanto à saúde, continua doente! A
gestão não oferece boas condições para o serviço, mesmo com o empenho
dos seus servidores. A saúde básica até os casos de maiores
complexidades, tudo esquecido, tudo na promessa. Cadê a UPA 2? Respondo:
está esquecida com o esqueleto insepulto depositado em terreno baldio
onde jaz a fundação.
A Educação está necessitando da
efetivação prometida da universalidade do acesso, minimamente, para que
haja escola em tempo integral para todas as crianças. E no
Desenvolvimento, só tem a utilização de dados maquiados do CAGED,
escondendo a realidade e alardeando que é o município que mais cria
emprego, afrontando todos aqueles pais e mães de famílias desempregados
que aguardam uma chance.
Mas algo funciona e bem: a indústria da
publicidade. Essa é excelente. Repete-se mil vezes e torna-se uma
verdade para inglês ver, mas que o Juazeiro não ver. A realidade bate à
porta com obras fracionadas, inauguração de pedaços de ruas e
pinturas... Se for bom, talvez, apenas, para quem vende os fogos de
artificio da armada pirotecnia dos factoides do governo.
O sábio sertanejo Patativa do Assaré escreveu um poema chamado Prefeitura sem Prefeito, que assim dizia:
"Nessa vida atroz e dura
Tudo pode acontecer
Muito breve há de se ver
Prefeito sem prefeitura;
Vejo que alguém me censura
E não fica satisfeito
Porém, eu ando sem jeito,
Sem esperança e sem fé,
Por ver no meu Assaré
Prefeitura sem prefeito."
Nestas bandas, se aqui tudo por acontecer, é por que tem mais prefeito que prefeitura.
Parem! Está feio.
Charles Leão
Delegado de Polícia
Mestrando em Gestão Política e Planejamento Estratégico
Charles Leão Delegado de Polícia Mestrando em Gestão Política e Planejamento Estratégico