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Presidente
nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) foi à tribuna do Senado,
hoje, para se defender das acusações de que recebeu propina por meio de
movimentações financeiras em Nova York (EUA), informação que estampou a
capa da revista Veja neste fim de semana.
Segundo a matéria, o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura,
Benedicto Junior, afirmou que a empreiteira fez depósitos para Aécio em
uma conta sediada em Nova York e operada por sua irmã Andrea Neves.
Benedicto é um dos 77 executivos da empresa que firmaram acordo de
delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF), conjunto de
relatos homologado em 30 de janeiro.
Na tribuna, diante de papeis e de um plenário com poucos senadores, o
senador deu início à fala, repetindo que a acusação é falsa. “É
mentira, senhoras e senhores senadores. Falo isso da Casa de Rui
Barbosa”, discursou o tucano, referindo-se ao patrono do Senado. Na
introdução do discurso, Aécio repetia informações já veiculadas em nota
preparada por sua defesa. “É injúria, é calúnia, é difamação; é crime!”
Aécio pediu acesso à delação e avisou que irá à Justiça para “punir
os culpados”. “Mostrem o banco, mostrem a conta, e essa farsa ficará
desmascarada de forma definitiva!”, desafiou.
A delação do empreiteiro com as informações envolvendo Aécio e sua
irmã ainda está sob sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda de
acordo com a reportagem, Benedicto Junior diz que os valores repassados
são uma contrapartida “ao atendimento de interesses da construtora em
empreendimentos como a obra da Cidade Administrativa do governo mineiro,
realizada entre 2007 e 2010, e a construção da usina hidrelétrica de
Santo Antônio, no Estado de Rondônia, de cujo consórcio participa a
Cemig, a estatal mineira de energia elétrica”.
O caso levou a irmã de Aécio, neste fim de semana, a gravar um vídeo
em tom emotivo para negar as acusações. A cúpula tucana também saiu em
defesa do senador mineiro. Antes do discurso desta tarde, deputados do
PSDB se deslocaram da Câmara para o Senado para prestar solidariedade ao
correligionário. Nilson Leitão (MT) e Sílvio Torres (SP).
“Quem induziu essa publicação a um erro tão clamoroso?”, insistiu o
senador, para quem o país tem se tornado em um palco de “vazamentos
irresponsáveis”. “Mais importante do que descobrir a origem da mentira é
desmascará-la”, acrescentou.