O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), fez críticas ao presidente Michel Temer (PMDB), afirmando que "esperava mais" de seu governo, e reforçou a tendência de que o partido saia da base do governo.
Câmara,
que também é vice-presidente da legenda, diz que falta diálogo do
governo com a sociedade civil e gestores públicos, mas sobram conversas
com o Congresso.
"Eu
esperava mais [de Temer]. Esperava que Temer conseguisse fazer um
governo de união nacional mais ampla", afirmou em entrevista à "Rádio
Jornal" nesta segunda (19), no Recife.
Para Câmara, o peemedebista faz governo "muito mais voltado para o Congresso".
"Evidentemente
que ele precisava aprovar medidas importantes, mas é preciso ampliar o
leque de discussões e soluções junto aos governadores, prefeitos e à
sociedade civil. Ele precisa fazer aquilo que disse que iria fazer: um
governo de união nacional."
Na
quarta (14), após reunião do diretório nacional, o PSB anunciou que vai
ponderar o apoio a medidas do governo em relação à economia. "[O PSB]
não aprovará medidas ou apoiará medidas que produzam diminuição ou
supressão de direitos salvo se estes representarem privilégios", diz a
carta assinada por Carlos Siqueira, presidente da legenda.
No encontro, segundo a Folha apurou,
alguns diretórios regionais estão estudando desembarcar do governo
Temer, como o Rio Grande do Sul. A saída da base aliada, porém, precisa
ser discutida em reunião da executiva nacional.
O
governo quer conter esse movimento do PSB para evitar que outros
partidos aliados façam o mesmo tipo de ameaça, visando garantir
benefícios federais. O PSB tem 34 deputados e 6 senadores.
'INSATISFAÇÃO'
A
insatisfação já era esperada, disse Câmara. "O posicionamento do
partido é muito claro desde o início. Desde o impeachment achávamos que a
melhor solução para o Brasil era a realização de novas eleições. Apenas
a saída da presidente Dilma não resolveria, teria de ter a renúncia do
vice-presidente, Michel Temer ou julgamento no TSE [Tribunal Superior
Eleitoral]."
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