O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta
quinta-feira (15) o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) e mais oito pessoas no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo
informações do portal UOL, Lula é acusado de corrupção passiva e lavagem
de dinheiro, decorrente de contratos firmados entre a Petrobras e a
Construtora Norberto Odebrecht. Na denúncia, Lula é apontado como o
responsável pelo comando de uma estrutura ilícita sofisticada para
captação de apoio parlamentar, com base na distribuição de cargos
públicos na esfera federal. A denúncia aponta como exemplos as nomeações
nas mais importantes diretorias da Petrobras, como a de Paulo Roberto
Costa e Renato Duque para as diretorias de Abastecimento e Serviços.
Estes diretores geravam recursos para serem repassados para
enriquecimento ilícito do petista, de agentes políticos e dos partidos
que participavam do loteamento dos cargos públicos, além de beneficiar
campanhas eleitorais. Também foram denunciados o empresário Marcelo
Odebrecht, acusado da prática dos crimes de corrupção ativa e lavagem de
dinheiro; Antonio Palocci e Branislav Kontic, denunciados pelos crimes
de corrupção passiva e lavagem de dinheiro; e Paulo Melo, Demerval
Gusmão, Glaucos da Costamarques, Roberto Teixeira e Marisa Letícia Lula
da Silva, acusados da prática do crime de lavagem de dinheiro. Ainda
segundo a denúncia, a propina equivalia a percentuais de 2% a 3% dos
oito contratos celebrados entre a Petrobras e a Odebrecht. O valor era
repassado aos agentes públicos da petrolífera, partidos e políticos que
compunham a base do governo Lula, principalmente o PT, PP e PMDB. Ainda
de acordo com a denúncia, parte do valor das propinas foi lavada por
meio da compra do imóvel localizado na Rua Dr. Haberbeck Brandão, nº
178, em São Paulo (SP), em setembro de 2010, para a instalação do
Instituto Lula.