Jô Soares agiu como se fosse um dia de trabalho como outro qualquer.
Na tarde desta sexta-feira (16), entrou no estúdio da Globo, em São
Paulo, para gravar a última edição do Programa do Jô, no ar desde 2000.
Na plateia, apenas amigos e convidados. Em seu sofá, o cartunista
Ziraldo, que concedeu a ele sua 24ª entrevista. O papo fluiu. O clima de
despedida, no entanto, parecia estar mais presente nos olhos de quem o
via. Contido, ele se privou do discurso carregado de emoção sobre o 'fim
de uma era'. Fugiu das lágrimas, mas não conseguiu escapar dos aplausos
e dos gritos da plateia. Ao som de "Smoke on the Water", do Deep
Purple, e de terno branco, Jô Soares entrou dançando. "Estamos
estreando...", brincou. "Antes de tudo, quero agradecer ao Silvio Santos
por esse programa que modificou a minha vida", disse Jô ao entrar no
estúdio. Em seguida, justificou a escolha de Ziraldo para encerrar seu
ciclo na Globo. Disse que em todos os anos, desde sua estreia como
apresentador, no SBT, entrevistou o cartunista, que confessou ter
telefonado para a produção do programa para saber quando seria
entrevistado pelo amigo, pois só ouvia falar sobre o fim da atração e,
até então, ninguém o havia convidado. Foi quando lhe disseram que ele
seria o último a sentar no sofá de Jô.
Jô recebeu abraço do amigo Ziraldo | Foto: Carol Caminha/Gshow
Ziraldo embarcou no momento histórico e exibiu uma pasta com desenhos
que fez de Jô Soares ao longo dos anos, e contou as histórias por trás
de cada arte. Além disso, aproveitou para divulgar seu novo livro. "Ele
não tem vergonha na cara, ele veio só porque queria lançar um livro",
brincou. No meio da conversa, Jô falou sobre uma conversa bem-humorada
que teve ao telefone com Ziraldo, e deixou no ar sua intenção de seguir
trabalhando na TV. "Ele já me ligou nesse ano dando ideia para o próximo
programa", brincou. A atração imaginada por Jô teria ele, Luis Fernando
Veríssimo, Zuenir Ventura e Ziraldo como apresentadores, e se chamaria
Não Confie em Ninguém com Menos de 70 Anos. A plateia foi aos
risos. Durante os intervalos da gravação, os telões do estúdio foram
tomados por trechos de momentos históricos do Programa do Jô, como a
entrevista com Roberto Marinho (1904-2003), realizada no jardim da casa
do dono da Globo, e exibida na primeira edição do talk-show, no ano de
2000.
Antes de encerrar, Jô frisou que sente muito orgulho de ter recebido pessoas comuns em seu sofá. Exibiu uma entrevista com Tereza Batista, uma senhora de Porto Alegre, que só o reconheceu no fim da conversa. "O que mais me orgulho de ter feito no programa foi ter estabelecido um tratamento igual para todo mundo. Não podia receber um ministro e chamar de senhor, depois um motorista e chamar de você", disse. Também lembrou da entrevista realizada com Luís Carlos Prestes (1898-1990), e se orgulha de ter sido o único a conseguir arrancar do militar a confissão de seu amor por Olga Benário (1908-1942). Jô fez diversos agradecimentos. Lembrou-se, por exemplo, do amigo já falecido, o jornalista Evandro Carlos de Andrade. "Desde o tempo que trabalhava no Estadão éramos muito amigos e foi um dos responsáveis por fazer a aproximação da minha volta à TV Globo", foi praticamente o único momento em que deixou a voz embargar. Falou também de Marluce, Wellington Magalhães, sua banda e, claro, da plateia. "Sem vocês eu não sou nada", declarou. Jô recebeu uma homenagem do músico Rafinha Acústico, que compôs uma canção sobre o programa. Jô se despediu com um 'até logo' e, desta vez, mandou um 'grande beijo do gordo'.
Antes de encerrar, Jô frisou que sente muito orgulho de ter recebido pessoas comuns em seu sofá. Exibiu uma entrevista com Tereza Batista, uma senhora de Porto Alegre, que só o reconheceu no fim da conversa. "O que mais me orgulho de ter feito no programa foi ter estabelecido um tratamento igual para todo mundo. Não podia receber um ministro e chamar de senhor, depois um motorista e chamar de você", disse. Também lembrou da entrevista realizada com Luís Carlos Prestes (1898-1990), e se orgulha de ter sido o único a conseguir arrancar do militar a confissão de seu amor por Olga Benário (1908-1942). Jô fez diversos agradecimentos. Lembrou-se, por exemplo, do amigo já falecido, o jornalista Evandro Carlos de Andrade. "Desde o tempo que trabalhava no Estadão éramos muito amigos e foi um dos responsáveis por fazer a aproximação da minha volta à TV Globo", foi praticamente o único momento em que deixou a voz embargar. Falou também de Marluce, Wellington Magalhães, sua banda e, claro, da plateia. "Sem vocês eu não sou nada", declarou. Jô recebeu uma homenagem do músico Rafinha Acústico, que compôs uma canção sobre o programa. Jô se despediu com um 'até logo' e, desta vez, mandou um 'grande beijo do gordo'.