Eduardo
Cunha assistiu praticamente calado à decisão do STF de apeá-lo da
Câmara. No espaçoso sofá de quatro lugares da residência oficial,
estavam só ele e sua mulher, Claudia Cruz, num contraste com o assédio
dos últimos tempos. Cunha, um dos mais poderosos líderes da história do
Legislativo, perdeu o reinado 18 dias depois de votar o impeachment de
Dilma. No Palácio do Jaburu, o sentimento é dúbio: Temer pode ter se
livrado de um peso, mas ficou sem sua locomotiva na Câmara.
Cunha
era a garantia de que o vice conseguiria aprovar, a toque de caixa,
propostas como a reforma da Previdência. “Ninguém manuseava a máquina de
votos como ele. Dificuldades virão”, admite um fiel escudeiro de Temer.
Cunha
e Waldir Maranhão foram surpreendidos por oficiais de Justiça quase que
simultaneamente, por volta das 6h da manhã. O primeiro deu chá de
cadeira no emissário de Teori Zavascki enquanto tentava entender o que
se passava.(Coluna Radar - Folha de S.Paulo)