sexta-feira, 6 de maio de 2016

Afastamento de Cunha: alívio ao futuro Governo Temer



Avaliação de especialistas é que vice se livra da pressão da opinião pública
El País - Carla Jiménez
A saída de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da Câmara dos Deputados, decidida nesta quinta por unanimidade no Supremo Tribunal Federal, pode ser um presente que cai no colo do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP). Se o Senado confirmar o impeachment da presidenta Dilma na próxima quarta-feira, dia 11, o vice assumirá sem o fardo de estar colado à figura indigesta de Cunha, aos olhos de boa parte dos brasileiros.
Pedro Floriano Ribeiro, doutor em ciência política, acredita que Cunha só sobreviveu até aqui pelo apoio que recebeu de Temer, como parte da manobra pelo impeachment.A análise da consultoria política Eurasia vai na mesma direção. “Se por um lado Cunha poderia trabalhar a favor de uma agenda legislativa de Temer, do ponto de vista da opinião pública ele poderia ser um risco para o vice-presidente.”
Três em cada quatro brasileiros, segundo pesquisa do instituto Datafolha, queriam ver o presidente da Câmara fora do cargo em função das recorrentes denúncias de propina obtida pelo esquema da Petrobras. Notícias de seus gastos nababescos em viagens com sua família com dinheiro aparentemente ilícito revoltaram a população.