terça-feira, 29 de setembro de 2015

Lula e Jobim analisam da cassação à renúncia



Lula e o ex-ministro Nelson Jobim, da Defesa, se reuniram há algumas semanas para discutir os desfechos possíveis para a crise política. Foram analisados cenários que vão da cassação à renúncia de Dilma Rousseff,segundoMônica Bergamo,em ua coluna desta terça-feira na Folha de S.Paulo.  Segundo a colunista, Jobim disse a Lula acreditar que a chance de cassação da chapa Dilma/Michel Temer pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é remota. Ela exigiria a convocação de eleições em 90 dias, hipótese em que Aécio Neves (PSDB-MG) despontaria como favorito. O desfecho não interessaria ao governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), que quer ser candidato tucano em 2018.
O impeachment ainda é improvável, tanto na opinião de Jobim, que acha não haver fundamento jurídico, hoje, para o afastamento, quanto na de Lula. O ex-presidente acredita que, apesar dos pesares, o governo ainda tem força para garantir os 172 votos necessários para barrar o impedimento de Dilma.
Alckmin seria aliado oculto do governo para barrar o impeachment pois, neste caso, Temer assumiria a Presidência. Além de comandar o país, o peemedebista ameaçaria a liderança do governador em São Paulo, fazendo o PMDB abocanhar mais espaços em território que o PSDB considera sagrado.
A renúncia seria uma saída -quase impossível, dado o perfil de Dilma.
Conclusão: a solução seria Dilma realizar uma reforma de envergadura em sua equipe. Jobim disse a Lula, segundo relatos, que ela deveria nomear um ministro da Casa Civil forte, que "sentasse na cadeira". Dilma deixaria o governo por conta dele e se dedicaria, por exemplo, à política internacional.
A reforma que Dilma está promovendo, no entanto, aponta para a direção oposta. Ela quer, por exemplo, manter Aloizio Mercadante na Casa Civil. O PT defende que ele volte para a Educação ou até que vá para o Ministério da Defesa.