O
presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tem feito as contas sobre os votos
para o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Descobriu que hoje não
tem os dois terços (343) necessários para abertura de processo contra
ela.
Se
não houver uma pressão popular forte, como foi a de 1992 contra
Fernando Collor, o impeachment não sai. Geraldo Alckmin é contra, assim
como, nos bastidores, o próprio Aécio Neves. Afinal, ninguém despreza a
habilidade de Michel Temer em construir um governo de união nacional e
conquistar apoios para o futuro.
O
governo vai tentar ganhar tempo para a votação das contas de 2014 no
TCU. A ideia é a de que algum ministro peça vistas ao processo, adiando o
parecer final da Corte para meados de setembro. Assim, Dilma teria
tempo para tentar recompor alguma musculatura, ver os efeitos da reforma
ministerial que pretende colocar em curso e mais prazo para verificar
os desdobramentos da Lava-Jato. Ou seja, saber se vem aí algo mais
contundente contra o homem que conta os votos pró-impeachment. (Denise
Rothenburg – Correio Braziliense)