sexta-feira, 5 de junho de 2015

Estatais: Cunha recua de projeto acuando Dilma


Da Folha de S.Paulo
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sinalizou nesta quinta (4) que não está disposto a insistir na intenção de dar ao Congresso a palavra final na indicação de presidentes de estatais, um dia depois de o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ter feito o mesmo recuo público. "A sabatina realmente não é o mais relevante. Eu também acho que possa ser um detalhe", disse, no segundo dia de visita ao Oriente Médio.
Cunha e Renan apresentaram na segunda (1) a versão de um projeto que previa que indicados pelo governo às presidências de estatais sejam sabatinados e submetidos à apreciação do Senado. Atualmente, cabe apenas ao presidente da República a decisão de indicar chefes de estatais.
As mudanças atingiriam Petrobras, Banco do Brasil, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Caixa Econômica Federal e Correios. A presidente Dilma Rousseff reagiu à ideia e disse que a independência dos poderes tinha de ser respeitada. Depois disso, Calheiros disse que a sabatina dos indicados era um "detalhe menor". Cunha afirmou que o projeto não era uma "Bíblia", mas apenas o ponto inicial de uma discussão.
A propósito,--  ressaalta Lauro Jardim, na ua coluna da Veja --,  caso Eduardo Cunha e Renan Calheiros tentem avançar com a proposta da Lei das Estatais, a articulação política do governo vai trabalhar com fervor contra o projeto.
Na avaliação de Michel Temer, a ideia de haver mais controle sobre as estatais é positiva, mas a ideia de sabatinar possíveis presidentes de estatais é apenas mais fermento para o bolo de promiscuidade política que deu origem à Lava-Jato.