Com
o início das discussões sobre a reforma política, os senadores da
bancada baiana parecem estar em sintonia sobre as reivindicações. Lídice
da Mata (PSB), Walter Pinheiro (PT) e Otto Alencar (PSD) concordam com o
fim da reeleição e com modificações no Fundo Partidário e na criação de
partidos. Sobre o financiamento público das campanhas eleitorais,
Lídice mostrou-se favorável. Otto disse que quer submeter o tema à
votação popular e Pinheiro não se pronunciou. Sobre a coincidência de
eleições, Lídice disse ser “simpática” ao tema, mas tem um “pé atrás com
por ser uma ‘inovação’ brasileira”. Otto e Pinheiro defendem que a
aconteça uma única eleição para todos os cargos – desde vereador até
presidente. Nesta terça-feira (24), uma sessão no Senado, com o ministro
do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, discutiu o tema. “Ele
fez uma palestra muito boa. Disse que o congresso é que precisa fazer a
reforma política”, afirmou, ao Bahia Notícias, Alencar. O senador recém
chegado à Casa disse que o fim da reeleição “já é consenso”. Ainda de
acordo com ele, o “Brasil não suporta mais eleições de dois em dois
anos” e, por isso, ele é defensor da coincidência de eleições. De acordo
com o ex-governador da Bahia, o financiamento privado de campanhas
“precisa ter um limite”. “As empresas deveriam doar exclusivamente para
os partidos e não de pessoas físicas”, defendeu. Senadora pelo PSB,
Lídice diz que o financiamento privado “não pode continuar do jeito que
está”. “Essa tem sido a principal motivação, digamos assim, dos grandes
escândalos nacionais”, culpou. De acordo com a senadora, os tribunais
eleitorais não conseguem identificar esse abuso do poder econômico,
porque não há regra que defina que isso é abuso do poder econômico.
“Isso afasta as pessoas comuns da política”, afirmou. Para o petista
Walter Pinheiro, “o Brasil tem partidos demais”. “Temos que colocar o
dedo na ferida dessas organizações partidárias. O problema está nas
regras para a criação desses partidos. Se o nosso modelo permite a
criação de partidos para apenas trocas e barganhas no processo
eleitoral, partidos que têm donos, isso traz anomalias aqui no Congresso
Nacional. É preciso formar regras claras e redefinir a estrutura
partidária”, ressaltou.