Depois
vencer as eleições para a presidência da Câmara contra o candidato do
PT, Arlindo Chinaglia (SP), deixar o partido fora do comando da reforma
política e impor uma série de derrotas para o governo, o presidente
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) dá sinais de que pretende distensionar a relação
com o PT. Nesta quarta-feira ele defendeu em sua conta no twitter, de
forma velada, o princípio da proporcionalidade para a indicação do
relator da CPI da Petrobras.
Alguns
deputados veem na mudança de postura de Cunha um agrado para o PT. Mas
acham exagerado porque avaliam que o PT não tem muito a oferecer em
troca.
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Uma demonstração de boa vontade dessas, neste momento, é exagerada. Ele
quer passar a impressão de que quer dialogar – disse um deputado do
grupo.
O
bloco formado pelo PMDB e mais 11 partidos, por ser o maior da Câmara,
tem direito a indicar o presidente ou relator da comissão. Deve optar
pela presidência. Porém, cabe ao presidente apontar quem será o relator.
E vários parlamentares do grupo não estão dispostos a entregar ao PT a
relatoria de uma CPI que tem tudo para pegar fogo.
“É
bom deixar claro que não é o presidente quem decide quem fica com cada
cargo em uma CPI”, escreveu Cunha. “Os partidos é que vão escolher, de
acordo com sua proporcionalidade”, defendeu. (De O Globo)