segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Kátia Abreu é latifundiária clássica, diz MST



Entidades ligadas aos trabalhadores rurais repudiaram as declarações da nova ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB), nas quais ela disse que "não há latifúndio" no Brasil e que a reforma agrária não precisa ser feita "em massa". Para Alexandre Conceição, da coordenação nacional do MST, as declarações da ministra negam sua própria existência. "Ela está negando sua própria existência porque ela é uma latifundiária clássica", afirmou.
Em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal "Folha de S. Paulo", a ministra negou a existência de latifúndios no país. "Latifúndio não existe mais", disse a ministra, que é presidente licenciada da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), entidade ligada a agricultores e pecuaristas.
Alexandre Conceição diz que a declaração de Kátia mostra desconhecimento da ministra em relação à realidade do setor e que sua presença no ministério é perigosa para a administração petista. "Uma ministra que veio cuidar da agricultura com um pensamento atrasado e não reconhecendo a realidade agrária é um perigo para o governo Dilma. Ela (Kátia Abreu) é, sim, latifundiária", disse Conceição.
Esta não é a primeira vez que o MST se manifesta contrariamente a Kátia Abreu desde que seu nome começou a ser especulado para assumir o Ministério da Agricultura. No dia 15 de dezembro do ano passado, em reunião com a presidente Dilma Rousseff (PT), integrantes da direção do MST repudiaram a indicação da peemedebista para a pasta da Agricultura.