Entidades
ligadas aos trabalhadores rurais repudiaram as declarações da nova
ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB), nas quais ela disse que
"não há latifúndio" no Brasil e que a reforma agrária não precisa ser
feita "em massa". Para Alexandre Conceição, da coordenação nacional do
MST, as declarações da ministra negam sua própria existência. "Ela está
negando sua própria existência porque ela é uma latifundiária clássica",
afirmou.
Em
entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal "Folha de S.
Paulo", a ministra negou a existência de latifúndios no país.
"Latifúndio não existe mais", disse a ministra, que é presidente
licenciada da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), entidade
ligada a agricultores e pecuaristas.
Alexandre
Conceição diz que a declaração de Kátia mostra desconhecimento da
ministra em relação à realidade do setor e que sua presença no
ministério é perigosa para a administração petista. "Uma ministra que
veio cuidar da agricultura com um pensamento atrasado e não reconhecendo
a realidade agrária é um perigo para o governo Dilma. Ela (Kátia Abreu)
é, sim, latifundiária", disse Conceição.
Esta
não é a primeira vez que o MST se manifesta contrariamente a Kátia
Abreu desde que seu nome começou a ser especulado para assumir o
Ministério da Agricultura. No dia 15 de dezembro do ano passado, em
reunião com a presidente Dilma Rousseff (PT), integrantes da direção do
MST repudiaram a indicação da peemedebista para a pasta da Agricultura.