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Três meses após a eleição
presidencial, a ex-senadora Marina Silva, que chegou a liderar as
pesquisas de intenção de voto, submergiu e viu o núcleo político de sua
candidatura se esfacelar. Os
dois coordenadores da campanha de Marina, Walter Feldman e Luiza
Erundina, afastaram-se da candidata e do esforço de criação de seu
futuro partido, a Rede Sustentabilidade.
A equipe que organiza a
fundação da Rede também sofreu baixas. Um grupo de militantes rompeu com
Marina e agora tenta criar outro partido, o Avante, inspirado no
Podemos espanhol.
A ex-presidenciável não é
vista em público há mais de um mês. Sua última aparição foi no
lançamento de um conjunto de propostas do Instituto Democracia e
Sustentabilidade, em 12 de dezembro.
Parte do isolamento de
Marina deve-se à decisão de apoiar o tucano Aécio Neves no segundo turno
da eleição presidencial, caminho que dividiu os marineiros. Para
Erundina, a opção foi 'equivocada' e 'incoerente'.
SUMIÇO INACEITÁVEL
'Marina criticava a
polarização entre PT e PSDB, mas decidiu aderir a um dos polos. Foi uma
contradição com o discurso que ela fez na campanha', afirma a deputada,
que se aproximou dos dissidentes da Rede engajados na organização do
Avante.
Erundina também critica o
sumiço de Marina, que não compareceu nem às posses de aliados, como a do
governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB). Para
a deputada e ex-prefeita de São Paulo, quem recebeu 22 milhões de votos
em outubro não deveria se omitir no momento em que o governo anuncia
medidas impopulares, como o aumento de impostos e o corte de benefícios
sociais.