terça-feira, 18 de novembro de 2014

Transferências da Bolsa batem valores do FPM


 
Centro da pequena Olho D'Água do Casado
Em Olho D` água do Casado, 1.454 famílias são beneficiárias do Bolsa Família, que repassa mês a mês R$ 287.437,00, valor bem maior que o município recebe mensalmente do FPM – Fundo de Participação dos Municípios, em torno de R$ 280 mil. Afastado do mandato por cerca de 40 dias em 2013, por abuso de poder econômico nas eleições, o prefeito é acusado pela oposição de ter falido a Prefeitura.

“Na ausência dele, assumi por 30 dias, mas não consegui sequer pagar pessoal, atrasado em três meses”, disse o presidente da Câmara de Vereadores, José Raimundo (PDT). Também integrante da oposição, o vereador Beto de Afonso (PP) governou o município por oito dias, porque Raimundo não quis continuar descascando o abacaxi.

O vereador Beto de Afonso faz oposição ao prefeito e diz que o tucano pediu voto para Aecio, mas foi derrotado pelo Bolsa Família e sua má gestão
Segundo Afonso, a Prefeitura é um verdadeiro cabide de emprego. “Tem mais de 500 servidores pendurados em sua folha”, afirma. Durante a primeira gestão do atual prefeito, ele deixou de cumprir a obrigação do recolhimento do INSS, o que levou a União a reter parte do valor do FPM transferido para o município.
“Esta semana houve um protesto aqui de professores que estão sem receber salários”, contou Afonso. Para ele, a maior irresponsabilidade do prefeito, entretanto, foi ter bancado a eleição de um vereador de nome “Thiago Rico”, que mora em Paulo Afonso, já na Bahia, e raramente aparece nas sessões da Câmara.
“Quando ele põe a cara por aqui se exibe em uma Land Rover”, ironiza o parlamentar. Em Olho D`água, um vereador ganha R$ 5 mil, mas a Câmara só tem uma sessão por semana. Na cidade, falta hospital, esgoto corre a céu aberto, a merenda é precária e não há ônibus suficiente para fazer o transporte escolar.
Nos assentamentos, o Governo Federal fechou os olhos para ilegalidades. Perdoou 80% das dívidas dos colonos e estendeu o Seguro Safra para 90% dos que perderam a lavoura de milho e feijão. “Quem vai deixar de votar no Governo? Nosso município é muito pobre e deveria ter mais gente ainda nos programas sociais”, afirma José Raimundo, presidente da Câmara.