Muita gente pobre recebe por necessidade, mas outras usam por espertezas.
Próximo a completar 12 anos, beneficiando, hoje, 13 milhões de famílias no País, dos miseráveis rincões do Nordeste às periferias do Sul maravilha, o Bolsa-Família está longe de ser um programa de política pública. O vai e vem das famílias é tão intenso quanto o esforço que o Governo Federal faz para inserir mais e mais famílias humildes na sua rede de beneficiados.
Próximo a completar 12 anos, beneficiando, hoje, 13 milhões de famílias no País, dos miseráveis rincões do Nordeste às periferias do Sul maravilha, o Bolsa-Família está longe de ser um programa de política pública. O vai e vem das famílias é tão intenso quanto o esforço que o Governo Federal faz para inserir mais e mais famílias humildes na sua rede de beneficiados.
Quem
recebe o benefício é pobre, continua pobre e não aprende nada. O
Governo criou um programa paralelo para reciclar bolsistas e tentar
sua reinserção no mercado de trabalho com poucos resultados. Em nove
Estados do Nordeste percorridos nos últimos 15 dias, para esta série de
reportagens, constamos que as fraudes continuam a comprometer também os
resultados e efeitos do programa.
E
não se observam apenas em grotões. Em Feira de Santana, uma das maiores
cidades do interior baiano, com mais de 650 mil habitantes, Jessica
Silva Vieira trabalha num restaurante, ganha salário mínimo e não abre
mão do cartão magnético do Bolsa Família, que lhe garante mais R$ 147
por ter uma filha na escola.
Jessica Silva é garçonete em Feira de Santana, na Bahia, e complementa renda com a Bolsa Família.
Essas irregularidades, entretanto, existem deste que o ex-presidente Lula criou o programa. Existem casos famosos de escândalos, que ganharam a mídia nacional e que não se deram apenas em território nordestino. Um gato de estimação fez parte, durante cinco meses, da lista de beneficiários do Bolsa Família.
Jessica Silva é garçonete em Feira de Santana, na Bahia, e complementa renda com a Bolsa Família.
Essas irregularidades, entretanto, existem deste que o ex-presidente Lula criou o programa. Existem casos famosos de escândalos, que ganharam a mídia nacional e que não se deram apenas em território nordestino. Um gato de estimação fez parte, durante cinco meses, da lista de beneficiários do Bolsa Família.
O
caso aconteceu na cidade de Antônio João, Mato Grosso do Sul. O bichano
de nome Billy, foi inscrito com nome e sobrenome por seu dono, Eurico
Siqueira da Rosa, que era coordenador local do programa do governo.
A
fraude foi descoberta durante uma visita de um agente de saúde, que ao
indagar a esposa do coordenador, sobre o motivo que a criança não foi
levada para fazer a pesagem, ela respondeu espantada “Mas o único Billy
aqui é o meu gatinho!”
No
Amapá, uma investigação do Ministério Público Federal denunciou a chefe
de uma colônia de pescadores que teria cadastrados moradores da cidade
de Itaubal, retendo suas carteiras de identidade para obrigá-los a votar
em determinado candidato.
Em
um outro caso ocorrido no Paraíba, descobriu-se que um empresário dono
de uma agência de eventos, teria utilizados “laranjas” em vários
esquemas. Um dos laranjas que recebia o Bolsa Família tinha uma Land
Rover e mais seis veículos cadastrados em seu nome.
Em
fraude descoberta no município de Barra do Quaraí, no interior do Rio
Grande do Sul, fronteira com o Uruguai, golpistas usavam endereços
falsos e documentação de pessoas mortas para receber o benefício do
Governo.
Em
Jequié na Bahia, o MPF identificou e acusou o vice-prefeito e mais três
vereadores do município, que estariam recebendo o auxílio do Bolsa
Família de forma ilegal. E este caso não foi isolado: segundo um
levantamento do Ministério do Desenvolvimento Social, mais de dois mil
políticos em exercício de mandato estariam recebendo o benefício.
Fotos: Magno Martins e Otávio Souto