Aliados de Aécio Neves
querem que ele mantenha o tom agressivo do SBT nos últimos debates com
Dilma Rousseff. Em reunião em São Paulo, os tucanos defenderam que o
candidato repita a dose amanhã, na Record, se a petista voltar a
atacá-lo. 'Aécio deu um cala-boca nela. Demonstrou autoridade', elogia o
vice Aloysio Nunes (PSDB). 'Não podemos cruzar os braços e apanhar sem
bater. Ele vai para o enfrentamento até o último dia', avisa o prefeito
de Salvador, ACM Neto (DEM). A informação é de Bernardo Mello Franco, na
Folha de S.Paulo deste sábado
Aécio
sugeriu a aliados que guarda um arsenal robusto contra Dilma e o PT.
Segundo tucanos, a acusação de arrumar emprego público para o irmão
seria 'fichinha' perto do que ele ainda pode usar.
BÊBADO E DROGADO
Os aecistas saíram do sério
quando a presidente usou as palavras 'bêbado' e 'drogado' ao lembrar
que o rival foi multado na Lei Seca. 'Ela está fazendo um jogo muito
perigoso', diz o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG).
O
PT vai manter o tom beligerante da campanha para tentar desidratar os
votos de Aécio Neves, mesmo que eles não migrem necessariamente para
Dilma Rousseff. Mas, na campanha, a defesa é que esta estratégia venha
mesclada com propostas para diluir a imagem de que ela decidiu partir
para o vale-tudo
Para
analistas ouvidos pela Folha, como o repertório de ataques contra Dilma
já foi muito explorado desde o primeiro turno (denúncias na Petrobras,
mensalão, aparelhamento do Estado), a repetição desses temas por parte
de Aécio não gera mais surpresa no eleitorado.
Já
as acusações contra Aécio (reforma de um aeroporto para uso privado,
nepotismo no governo de Minas, recusa de fazer um teste de bafômetro e
favorecimento a rádios da família) são menos conhecidas. O potencial
para sensibilizar eleitores pouco convictos, portanto, seria maior.
O
caso do bafômetro, citado no debate da Bandeirantes, foi pesquisado
pela campanha de Dilma antes da decisão de divulgar o assunto.